Depois da “novela” Cristiano Ronaldo segue-se, em versão low cost (ou série “B” se preferirem) o “romance” João Moutinho? Não será já altura de FIFA e UEFA começarem a encarar o problema e o modo de o resolver, evitando situações que só prejudicam o futebol e a sua credibilidade enquanto indústria e afastam investidores, põe em causa o investimento dos clubes e a liberdade dos atletas? Claro que jogadores e clubes assinaram um contrato de livre vontade a cujo cumprimento ambos se obrigam. Esta é uma posição de princípio que terá de ser tida em conta. Mas, simultaneamente, parece estarmos aqui perante uma daquelas situações em que a lei já terá sido claramente ultrapassada pelo movimento social e, por isso, nada melhor que legislar sobre o assunto de modo a enquadrar legalmente a situação emergente não a deixando ao "Deus dará".
Como fazê-lo? Francamente, tenho dúvidas, não me parecendo que a liberalização total, com os jogadores livres para se transferirem no final de cada época, deva ser considerada dado o prejuízo que isso acarretaria para o clube de origem e a indefinição que traria à formação e estabilidade dos plantéis. Mas que algo baseado ou influenciado pelo “draft” da NBA, que protegesse jogadores, clubes de origem e de destino, bem como o equilíbrio e qualidade dos espectáculos, devesse vir a ser, com maiores ou menores modificações, considerado, incluindo um tecto salarial que evitasse colocar a indústria demasiado à mercê de um qualquer Abramovich (com este ou outro nome) e valorizasse, isso sim, a qualidade da gestão desportiva e empresarial, já é algo que me oferece poucas ou nenhumas dúvidas. A UEFA e a FIFA, esta tão preocupada com a "escravatura", bem podiam, e deviam, preocupar-se com o caso.
Nota á margem: João Moutinho é indiscutivelmente um bom jogador. Pensa e executa com a rapidez suficiente, consegue manter um ritmo e intensidade de jogo elevados, sabe o que anda a fazer no campo, percebendo o que é uma equipa, um colectivo e um jogo de futebol, e preenche bastante espaço no meio-campo, participando com quase igual aproveitamento nas acções ofensivas e defensivas. Mais ainda, parece ter “cabeça”. Mas é indiscutivelmente frágil do ponto de vista físico-atlético. Jogar num campeonato mais competitivo, como a "Premiership", onde tudo acontece “mais depressa, com menos espaço e tempo e com mais vigor”, numa equipa média como o Everton, seria um bom e definitivo teste para sabermos da sua real capacidade para se impor, ou não, fora do futebol(zinho) doméstico.
Como fazê-lo? Francamente, tenho dúvidas, não me parecendo que a liberalização total, com os jogadores livres para se transferirem no final de cada época, deva ser considerada dado o prejuízo que isso acarretaria para o clube de origem e a indefinição que traria à formação e estabilidade dos plantéis. Mas que algo baseado ou influenciado pelo “draft” da NBA, que protegesse jogadores, clubes de origem e de destino, bem como o equilíbrio e qualidade dos espectáculos, devesse vir a ser, com maiores ou menores modificações, considerado, incluindo um tecto salarial que evitasse colocar a indústria demasiado à mercê de um qualquer Abramovich (com este ou outro nome) e valorizasse, isso sim, a qualidade da gestão desportiva e empresarial, já é algo que me oferece poucas ou nenhumas dúvidas. A UEFA e a FIFA, esta tão preocupada com a "escravatura", bem podiam, e deviam, preocupar-se com o caso.
Nota á margem: João Moutinho é indiscutivelmente um bom jogador. Pensa e executa com a rapidez suficiente, consegue manter um ritmo e intensidade de jogo elevados, sabe o que anda a fazer no campo, percebendo o que é uma equipa, um colectivo e um jogo de futebol, e preenche bastante espaço no meio-campo, participando com quase igual aproveitamento nas acções ofensivas e defensivas. Mais ainda, parece ter “cabeça”. Mas é indiscutivelmente frágil do ponto de vista físico-atlético. Jogar num campeonato mais competitivo, como a "Premiership", onde tudo acontece “mais depressa, com menos espaço e tempo e com mais vigor”, numa equipa média como o Everton, seria um bom e definitivo teste para sabermos da sua real capacidade para se impor, ou não, fora do futebol(zinho) doméstico.
2 comentários:
O problema, caro JC, é que em casa, na escola, ninguém ensinou estes rapazes - e outros - a pensar pela própria cabeça. Depois as gentes que andam nas escolas de formação só estão interessados em explorar-lhes a vertente futebiolistica, os dirigentes são o que são, e dos empresários nem vale a pena falar. Claro que o João Moutinho, que é um jogador razoável, não tem estaleca para uma "premier league". Veja-se o caso do Tiago que hoje anda perdido por aí e se continuasse no Benfica fazia um jeitão.
É dificil fazer entender que o dinheiro é importante mas não é tudo na vida. Eu que não acredito em bruxas estou tentado a dizer que o Cristiano Ronaldo terá acabado como jogador, tal como sucedeu ao Ronaldo, ao Beckham, vai acontecer ao Etoo, ao Ronaldinho Gaúcho. O dinheiro deu-lhes cabo da carola, que é fraca como se sabe.
A mim, que serei sempre um eterno sonhador, o que mais me entristece em tudo isto é a deslealdade que estes rapazes têm para com os clubes que os formaram, que lhes puseram os pés a jogar futebol. Tal como dizia o Tony Soprano: não se deve cuspir - a palavra não é esta mas também serve - no prato onde se come.
A vanatgem do Moutinho zarpar é que será menos um a causar-nos problemas...
Quanto à rapaziada da UEFA, da FIFA, não é de esparar que sai qualquer coisa de recomedável!
Pois, de acordo, mas o facto de não pensarem, ou pensarem mal, pela sua própria cabeça é parte do problema e não da solução. Terá que existir legislação que, simultaneamente, acabe com estas novelas e proteja o investimento e estabilidade dos clubes e a vontade do jogador.
O C. Ronaldo, como me dizia o meu filho outro dia, pelo menos até aqui tinha a vantagem de gostar de trabalhar. Vamos a ver agora...
O Tiago parece-me um caso um pouco diferente. É de um nível social um pouco melhor, com melhor nível de escolaridade... Um pouco como o Moutinho. E esteve a um nível razoável no Chelsea, um clube de topo, e foi titular indiscutível do OL, à época uma das melhores 12 equipas europeias. Penso que o falhanço na Juve se poderá ter ficado a dever a outras razões, mais desportivas e ligadas com modelo e sistema de jogo, etc. Parece-me... e no Benfica fazia de facto um jeitão; foi um jogador de quem sempre gostei.
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