A campanha de publicidade integrada na iniciativa do governo “Novas Oportunidades” tem gerado críticas e alguns anticorpos (a este propósito, ver “Arrastão”, por exemplo). Alguns consideram-na ofensiva para determinadas profissões menos qualificadas e para quem não teve oportunidade de estudar. Não sei se com ou sem razão, essas críticas. Nem isso é muito relevante; o que é importante é que existem. Mas o que é ainda mais importante é que essas reacções bem poderiam ter sido “despistadas” se a campanha tivesse sido testada. E minimizadas assim as hipóteses de erro. E se mesmo assim os resultados tivessem sido negativos, isto é, se o problema não tivesse sido detectado no teste (pode acontecer), o governo e os seus autores estariam a salvo de quaisquer responsabilidades e poderiam apresentar prova de “boas práticas”. Acresce que o custo do research (pré-teste) corresponde apenas a uma pequena parte do valor investido na campanha, facilmente recuperável pois permite maior eficácia. Se não se fez foi apenas por falta de rigor e profissionalismo. Por desleixo ou por ignorância. Que sai caro, muito caro, como se prova! Não só neste caso como no antecedente "Allgarve". Como em dezenas de campanhas anteriores.
2 comentários:
Concordo consigo, mais uma vez!... Esta campanha deixa um certo mal-estar, como se não fosse uma mensagem LIMPA de reconhecimento e validação do saber empírico. Ficam dúvidas se não é uma forma de paternalismo particularmente demagógica, visando melhorar as estatísticas.
Será que as pessoas se sentem realmente VALORIZADAS com este tipo de abordagem?
Cara Bianca Castafiore (Je ris de me voir si belle en ce miroir!):
Todas as questões que coloca (e outras) são detectáveis em pré-testes. As grandes marcas pré-testam todas as suas campanhas antes de investirem milhões nelas. E depois, à posteriori, tornam a avaliar de que modo, ou não, os objectivos foram alcançados. Por isso têm sucesso!...
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