quarta-feira, abril 25, 2007

25 de Abril e a música popular

É no período imediatamente anterior ao 25 de Abril que se constrói a modernidade na música popular portuguesa, com José Afonso, Sérgio Godinho e José Mário Branco, fundamentalmente. Nesse sentido, “Cantigas de Maio” é um álbum chave, aquele que não hesitaria considerar (muitos serão de opinião idêntica – peço desculpa pela falta de originalidade) o melhor de sempre da música popular portuguesa.

Curiosamente, a revolução e o pós revolução pouco trazem de interessante neste campo. A revolução, apenas o GAC – Grupo de Acção Cultural -, dinamizado por José Mário Branco e que nos trouxe dois álbuns inovadores de excelente qualidade, um pouco esquecidos e sem reedição em CD (tanto quanto sei): “Pois Canté” e “Ronda da Alegria”. O pós revolução, António Variações, já que considero o movimento do "novo rock português" musical e genericamente desinteressante e sobreavaliado pela crítica e meios; interessante, sim, apenas do ponto de vista sociológico, pois trata-se de uma das primeiras manifestações genuínas de cultura suburbana.

Quanto ao resto, saliente-se a revalorização e recuperação do fado, nos últimos anos, e de parte importante do seu espólio. De louvar, pois trata-se de um “género” único da música popular e uma das formas mais importantes de expressão da cultura popular portuguesa. Noutra dimensão, espero também se venha a reavaliar um pouco a obra de um autor incluído naquilo que se convencionou chamar de “nacional cançonetismo”, mas que, apesar disso, merece um olhar mais atento, pelo menos em parte da sua obra: Nóbrega e Sousa.

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