Duas notas sobre o Benfica-FCP.
- Apesar de toda evolução verificada e de Eriksson (primeiro) e Mourinho (depois) terem destruído de vez o mito do futebol de “trazer por casa” de José Maria Pedroto - o grande responsável por anos de atraso do futebol indígena - o futebol português ainda é demasiado “burilado”, demasiado “habilidoso”, muito “bola no pé”, relativamente pouco dinâmico e objectivo nos seus processos de jogo e, principalmente, apresenta ainda um claro déficit em termos fisico-atléticos e de presença atacante na área. Atente-se no facto de nos últimos FCP-Sporting e Benfica-FCP todos os golos terem sido marcados de “bola parada”, em remates de longe ou por defesas centrais - ou com clara interferência directa destes. O mesmo se verificou com o golo da selecção portuguesa na Sérvia e com os escassos dois golos marcados pelos “ponta de lança” portugueses na fase final do Mundial de 2006. Mais ainda, o melhor marcador do campeonato português não é um “ponta de lança” e apenas marcou, até agora, 10 golos! Compare-se com o que se passa nos principais campeonatos europeus...
Só isto explica que um jogador como Nuno Gomes, que não ganha uma disputa de bola com os defesas contrários, apresenta uma total desconcentração competitiva, ausência de convicção frente à baliza contrária e marca um golo “todos os de vez em quando” depois de falhar vários, continue a ser titular do Benfica e da selecção nacional...
- Parece que, de novo, mais alguns membros das Sturmabteilung do presidente do FCP (os mesmos que assobiaram o minuto de silêncio em memória de Manuel Bento) provocaram distúrbios no Estádio da Luz, tendo mesmo ferido algumas pessoas. Gostaria de saber se, no próximo e seguintes jogos do FCP, continuarão a ser autorizados a frequentar os estádios e a aterrorizar quem gosta de futebol e dos seus clubes. No local onde os instalaram no estádio, já lá vi esta época adeptos do Celtic (dez mil), do Man. United e do F. C. Copenhaga sem que nada de negativo (bem antes pelo contrário) se tenha passado. Entretanto, já ouvi hoje José Guilherme Aguiar (o mesmo que é comentador residente de um programa da SIC Notícias sobre futebol que parece uma viagem ao passado), qual Ernst Röhm sem a sua Nacht der Langen Messer, declarar que a responsabilidade era dos organizadores do jogo. Aceito que tenham alguma responsabilidade no sucedido (como entraram very lights para a bancada???); mas como é que gente desta ainda é autorizada a assistir a jogos de futebol?
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