Penso que quem esteja minimamente atento à educação dos filhos já saberia que a grande maioria das universidades privadas lecciona cursos para cujas habilitações não existem, em noventa e tal por cento dos casos, colocações em número suficiente no mercado de trabalho; são, pois, fonte de desemprego. Mesmo assim insistem, pois partirão do princípio que mais vale um desempregado, ou um empregado do shopping, com uma licenciatura do que sem ela.
Passámos também a saber, e não só a desconfiar - embora a desconfiança fosse muita, tipo “rabo escondido com gato todo de fora” – que essas mesmas universidades privadas, além de espaço privilegiado para lavagem de dinheiro e negócios muito obscuros, são também campo para a concessão de licenciaturas fictícias e tráfico de influências com o Estado e a governação, o que não deixa de nos levar a pensar nas “facilidades” que esses negócios ilícitos podem assim obter em esferas, no mínimo, próximas da governação.
Quem anda na vida dos negócios e das empresas (privadas) também sabe há muito o que valem essas licenciaturas como garantia de saber científico e proficiência profissional, pelo que quem as apresenta como credencial básica de formação escolar é normalmente relegado para o esquecimento quando se trata de processos de admissão.
Mas atenção: há uma área em que as coisas se passam diferentemente, e essa área é o Estado e a Administração Pública. No funcionalismo público existem duas carreiras estanques, a carreira administrativa e a técnica, sendo que esta última é reservada a licenciados (mesmo que a sua licenciatura nada tenha a ver com o trabalho ou tarefa a desempenhar). Quem apresente uma licenciatura, mesmo que em “Sociologia da Vida dos Morcegos” atribuída pela universidade da Parvónia de Baixo, tem ingresso imediato e automático na “carreira técnica”, com todos os benefícios e regalias inerentes incluindo a habitual progressão automática. E como a progressão é mesmo automática, a partir daí não importam essas medíocres ou “forjadas”, ou outras bem melhores, qualificações ou desempenhos. Pelo contrário, quem não possui qualquer licenciatura está condenado a ser “administrativo” toda a vida, mesmo que seja um funcionário exemplar e manifeste capacidades para o exercício de outras funções de maior exigência e qualificação. É um resquício de um corporativismo medievo, sem qualquer razão de existência no século XXI e sem paralelismo no sector privado. Será certamente origem de injustiças e de disfuncionalidades várias que não contribuirão, em nada, para a eficácia e modernidade da Administração e do país.
Passámos também a saber, e não só a desconfiar - embora a desconfiança fosse muita, tipo “rabo escondido com gato todo de fora” – que essas mesmas universidades privadas, além de espaço privilegiado para lavagem de dinheiro e negócios muito obscuros, são também campo para a concessão de licenciaturas fictícias e tráfico de influências com o Estado e a governação, o que não deixa de nos levar a pensar nas “facilidades” que esses negócios ilícitos podem assim obter em esferas, no mínimo, próximas da governação.
Quem anda na vida dos negócios e das empresas (privadas) também sabe há muito o que valem essas licenciaturas como garantia de saber científico e proficiência profissional, pelo que quem as apresenta como credencial básica de formação escolar é normalmente relegado para o esquecimento quando se trata de processos de admissão.
Mas atenção: há uma área em que as coisas se passam diferentemente, e essa área é o Estado e a Administração Pública. No funcionalismo público existem duas carreiras estanques, a carreira administrativa e a técnica, sendo que esta última é reservada a licenciados (mesmo que a sua licenciatura nada tenha a ver com o trabalho ou tarefa a desempenhar). Quem apresente uma licenciatura, mesmo que em “Sociologia da Vida dos Morcegos” atribuída pela universidade da Parvónia de Baixo, tem ingresso imediato e automático na “carreira técnica”, com todos os benefícios e regalias inerentes incluindo a habitual progressão automática. E como a progressão é mesmo automática, a partir daí não importam essas medíocres ou “forjadas”, ou outras bem melhores, qualificações ou desempenhos. Pelo contrário, quem não possui qualquer licenciatura está condenado a ser “administrativo” toda a vida, mesmo que seja um funcionário exemplar e manifeste capacidades para o exercício de outras funções de maior exigência e qualificação. É um resquício de um corporativismo medievo, sem qualquer razão de existência no século XXI e sem paralelismo no sector privado. Será certamente origem de injustiças e de disfuncionalidades várias que não contribuirão, em nada, para a eficácia e modernidade da Administração e do país.
3 comentários:
Gostei imenso deste post, JC. Muito pertinente e muito actual.
Obrigado, cara Cinderela. Boa Páscoa.
Caro JC, uma boa Páscoa para si também!
Enviar um comentário