sábado, abril 28, 2007

Cinema e Rock & Roll (1)



"Blackboard Jungle", de Richard Brooks (1955)

Talvez não se trate verdadeiramente de um filme sobre o rock & roll, mas sobre ele pesa a responsabilidade de o ter lançado para o mundo. “Blackboard Jungle” (em Portugal “Sementes de Violência”) sendo essencialmente um filme sobre a deliquência juvenil, fenómeno frequentemente associado ao r&r mas que foi apenas, tal como ele, mais uma das manifestações que marcaram a ruptura social, cultural e geracional do pós guerra, foi, de facto, o filme que deu a conhecer a nova música ao mundo, através de “Rock Around The Clock” de Bill Haley and His Comets.

Curiosamente, Bill Haley é um fenómeno relativamente atípico no mundo do rock e dos teenage rebels dos fifties, tendo passado um pouco ao lado do centro do movimento e a sua imagem pouco ou nada se identificando com ele, já que na altura era já trintão (nasceu em 1925), tinha um ar bem comportado e vinha do conservador mundo do country & western. Pode dizer-se que mais do que um genuíno rocker, Bill Haley como que “cavalgou” a nova música e a nova des-ordem emergentes.

O tema “Rock Around The Clock” (originalmente gravado por um tal Sunny Dae) já tinha sido editado por Bill Haley antes (1954) do filme ter sido rodado e exibido, não tendo obtido grande êxito, e foi a sua integração na banda sonora de “Blackboard Jungle” que o catapultou para #1 e para o êxito mundial – e Haley para a fama! Haley por pouco tempo, uma vez que a sua imagem e way of living and acting pouco se identificavam com o rock & roll. O tema viverá para sempre, tal como o filme de Richard Brooks a ele indissoluvelmente ligado.

Em Portugal, quando o disco foi editado, salvo erro pela Valentim de Carvalho, em 78 rpm, a loja aceitava encomendas, tal foi a loucura. Pelo menos tenho disso uma vaga ideia (era e seria ainda uma criança), por conversas captadas lá em casa aos “crescidos” e que são algumas das minhas primeiras memórias de vida, tal como o disco itself que os meus pais compraram sem eu nada entender do que se passava, claro está.

Pois aqui fica um pequeno clip, com o “professor” Glenn Ford, mais tarde na minha vida meu herói de alguns westerns e filmes sobre a WWII.

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