Sempre achei extremamente redutor qualquer menção ao "sector privado" - assim mesmo, no seu todo - por contraponto ao sector público. Se neste último, apesar das diferenças entre escolas, hospitais, autarquias e outros, poderemos, ainda assim, encontrar no limite alguma homogeneidade (no fim de contas, o accionista é o mesmo e existe um "way of doing the things", incluindo na gestão de recursos humanos, que é mais ou menos comum), quando falamos no "sector privado" estamos a referirmo-nos a quê? A multinacionais como a AutoEuropa, bem geridas, com gente qualificada, salários acima da média e uma estrutura organizativa coerente e em que, de parte a parte, se privilegia a concertação? A grandes empresas estruturadas como a Galp, PT, etc, oriundas de privatizações de antigas empresas estatais? A pequenas empresas inovadoras, com gente jovem, qualificada e empreendedora? A grandes centros comerciais onde funcionam lojas "franchisadas"? Ao comércio tradicional da mercearia de bairro ou a novas lojas "gourmet"? A fabriquetas, que quase não geram valor acrescentado, geridas por um patrão com a 4ª classe que trata os trabalhadores como sua propriedade? A empresários em nome individual que funcionam na base familiar? Enfim,algum rigor seria mesmo muito benvindo quando se fala nestas coisas e se brandem conceitos demasiados genéricos como arma de arremesso político.
Sem comentários:
Enviar um comentário