Esta disposição, estabelecendo que o herdeiro do trono não será necessariamente o varão e terminando com a proibição do seu casamento com um(a) católico(a), altera o "Bill of Rights" (1689) e o "Act of Settlement" (1701), que até hoje estabeleciam as leis que regulavam a sucessão da monarquia britânica. Conhecendo um pouco da História de Inglaterra, poderei dizer que tem o valor de uma autêntica revolução nos costumes. Será de esperar, e desejável, que, mais dia menos dia, o monarca inglês deixe também de ostentar o título de "Defender of the Faith" (curiosamente concedido pelo Papa Leão X a... Henrique VIII), que já não está em uso em alguns dos países da Commonwealth cujo chefe de Estado é o monarca inglês, deixando assim de ser, de jure, o chefe da Igreja de Inglaterra. Aliás Charles, Príncipe de Gales, já se expressou nesse sentido.
Mais do que os disparates dos que ("soit-disant") pretendem "modernizar" a família real inglesa transformando os seus membros em fúteis participantes do chamado "jet set" internacional, estas mudanças constitucionais constituem, elas sim e por si sós, um passo importante e decisivo na modernização do Estado britânico, não deixando, por certo, também de ter repercussões a outros níveis da aristocracia inglesa.
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