Já agora... Não é um dado adquirido, muito menos tal pode ser analisado em função de padrões morais, os trabalhadores do sector público não devam ou possam ganhar em média mais do que os do sector privado. Nem é absolutamente necessário os salários de ambos os sectores sejam igualizados, como também é perfeitamente admissível, com ou sem possibilidade de despedimentos que têm, de facto, um valor de mercado, os salários no sector público sejam inferiores. Compete ao Estado, em função da sua estratégia e objectivos para as funções que exerce, definir uma política salarial que lhe permita contratar os recursos humanos que julgue adequados à prossecução dos seus objectivos - e em função dos recursos financeiros de que dispõe. Ao diminuir os salários dos servidores públicos, Pedro Passos Coelho e o governo estão a afirmar uma de duas coisas: que as actuais funções do Estado, qualitativa e quantitativamente, podem ser cabalmente cumpridas pagando menos aos seus actuais funcionários e, eventualmente, diminuindo o seu número e qualificações por alguns (mais qualificados) optarem por sair; ou que e as funções desse mesmo Estado podem vir a ser reduzidas em quantidade e/ou qualidade.
2 comentários:
Sem entrar na questão técnica do estudo (e os estudos valem o que valem) sobre se os privados pagam mais que o estdo (sector publico), o que está em causa é a generalização do "funcionário público", onde tudo cabe...(desde o contínuo, ou administrativo de um qualquer serviço publico, ou autarquia local, passando pelos professores, médicos, juízes (não me consta que exista a função juiz no sector privado), está tudo no mesmo saco. Não sou funcionário
publico, mas como em qualquer actividade há bons e maus profissionais. Conheço muito bons profissionais - funcionários publicos - e conheço também (bons) e muito maus profissionais em empresas privadas...onde o compadrio e a protecção da incompetência também existe.
Quando vai tudo para o mesmo saco...está o caldo entornado.
1. Claro, mas no estudo do BdeP a análise é desagregada, o que torna possível alguma comparação mais rigorosa.
2. Claro que há bons e maus em ambos os lados e compadrio tb. Mas acontece que nas boas empresas privadas (e não em todo o sector) existem métodos de avaliação credíveis, o que permite, ou torna mais fácil, que os trabalhadores sejam pagos de acordo c/ o seu desempenho. Mas, francamente, esta esta discussão entre os salários da FP e do privado não leva ninguém mtº longe... Eu, por exemplo, e já o disse aqui, não percebo pq um professor de matemática tem de ganhar o mesmo de um de Física (p. ex.), ou um numa escola de um bairro problemático não pode ganhar mais do que um do Pedro Nunes. E por aí fora.
Cumprimentos
Enviar um comentário