sexta-feira, outubro 28, 2011

O regime e os números das sondagens

Quando olho para os últimos números da Eurosondagem e verifico que depois de medidas tão duras a variação nas intenções de voto é muito pouco ou quase nada significativa, a ideia que logo me ocorre não é que o povo português é sensato e se comporta com moderação. Essa será, talvez, a constatação mais imediata e óbvia. Mas, indo um pouco mais fundo, o que receio bem é que talvez os portugueses tenham chegado à conclusão de que o regime está bloqueado e não oferece alternativas democráticas atractivas aos cidadãos. E tal conclusão, a ser verdadeira, não me deixa nada, mas mesmo nada descansado. 

2 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Para além da sua conclusão, que também subscrevo, permito-me acrescentar mais alguns pontos. As sondagens valem o que valem e nesta altura os portugueses estarão preocupados com tudo menos com as sondagens. A sensação cada vez mais crescente é a de que a imagem dos politicos que nos conduziram para este abismo e que agora nos estão a mandar dar um paço em frente está a ficar cada vez pior. Em 2012 os cidadãos irão sentir na pele as medidas anunciadas e mais algumas outras que vêm a caminho. Desemprego a aumentar brutalmente, recessão muito acima dos números apontados. Depois disto os portugueses não devem andar muito preocupados com as sondagens...quer me parecer. No fundo é a sensação de que mudam as moscas.

Cumprimentos

JC disse...

"As sondagens valem o que valem"? Não menosprezo assim as sondagens, que constituem um método adequado e rigoroso de medir as intenções de voto. Mas numa coisa concordo consigo: não existindo eleições num futuro próximo, a indicação de voto dos inquiridos é afectada por esse motivo. Digamos que neste momento específico, e pela ausência de eleições num futuro próximo, as indicações de voto dos inquiridos "valem o que valem".