quarta-feira, dezembro 30, 2009

Os 30 pontos da Fenprof e o meu voto em futuras eleições

Segundo o “Público”, a Fenprof apresentou um conjunto de 30 pontos como indispensáveis para assinar um acordo com o Ministério da Educação. Claro que todos sabemos de antemão, sem necessidade de os conhecer, que a Fenprof nunca irá assinar qualquer acordo e, por isso mesmo, pelo menos um desses pontos será completamente inaceitável.

Tendo dito isto – o que constitui uma evidência -, eu, cidadão deste país no pleno gozo de todos os direitos civis e políticos, também me acho no direito de impor algo ao Ministério de Educação, mas como sou mais modesto contento-me com um único ponto: para tornar, mais alguma vez, a votar no PS, exijo que a ministra Isabel Alçada e o ministério que dirige acabem de vez com a chantagem da, e as cedências à, estalinista e ultra-conservadora Fenprof do sindicalista Mário Nogueira e não só a derrotem politicamente, condição essencial para qualquer reforma no sentido da melhoria do ensino público, como assumam de vez aquilo que é sua obrigação: avaliar de forma credível os professores com repercussões efectivas na sua progressão salarial, (cada um deve ganhar de acordo com o seu mérito), remunerar de forma diferenciada os professores consoante o grau de exigência das suas funções (quem leccione em turmas ou escolas problemáticas ou em zonas longínquas deve ser melhor remunerado), conceder maior autonomia às escolas na sua gestão e, dentro de parâmetros pré-estabelecidos, na selecção dos seus docentes, impor alguns critérios mínimos de disciplina nas aulas e assegurar as condições para que todos os alunos possam ter aproveitamento satisfatório sem exames “facilitistas” e com o mínimo de recurso às igualmente “facilitistas” reprovações.

Vale pouco – apenas um simples e hipotético voto futuro -, mas também muito, já que significa um dos meus principais direitos enquanto cidadão e do qual não estou disposto a abdicar: exprimir-me e votar livremente.

6 comentários:

Carlos Alberto disse...

Faço minhas as suas palavras.

JC disse...

Mtº obrigado, Carlos Alberto.

Anónimo disse...

PS e governo PS fazem-me lembrar aquela anedota...
Com a maioria absoluta o PS colocou-nos à beira do abismo. Agora, sem a maioria absoluta, pedem-nos para dar um passo em frente.

JC disse...

Em desacordo, caro anónimo. Com a maioria absoluta mostrou indícios de nos querer tirar da beira do abismo. Agora, sem ela, está a deixar-nos resvalar para ele. Um pouco como o mito de Sisifo: começámos a subir a encosta carregando a pedra c/ esforço mas deixámo-la rolar e estamos novamente perto do sopé da montanha.

ié-ié disse...

Basicamente de acordo, JC! Já nem se pode ouvir esse ultra-conservador reaccionário Mário Nogueira! O problema é que ainda lhe dão direito de antena.

LT

JC disse...

LT: Ninguém lhe pode negar esse direito, felizmente. Mas é exactamente por isso que, penso, a maioria das pessoas já compreendeu o que está em jogo.