Basicamente durante toda esta década, e com especial incidência na sua segunda metade, a má gestão desportiva do SLB e a boa classificação do país no “ranking” da UEFA permitiram ao SCP adoptar uma estratégia de baixo investimento e de subordinação assumida a um FCP hegemónico, sem que isso penalizasse demasiado o clube em termos desportivos. Pelo contrário, acaba mesmo a década como o segundo clube com melhor "performance" durante a sua vigência, o que, para mal do meu "glorioso", revela o êxito das suas opções.
O “ressurgimento” e o forte investimento do SLB neste último ano, com a sensação de que uma viragem na gestão desportiva do clube pode estar em curso com reflexos nos respectivos resultados, bem como a ameaça que o SC Braga pode representar no curto prazo e o estreitamento no acesso à Champions League, obrigaram a administração do SCP a rever a estratégia a meio de uma época, algo que comporta sempre alguns riscos, lançando-se num programa de investimentos nunca visto nos últimos anos. Mas atenção: não só o SCP não apresenta a capacidade de financiamento/endividamento do seu rival SLB (e este é um dos seus problemas), como também andará muito longe da sua capacidade potencial para gerar receitas e um retorno adequado a esse investimento. O risco de, apesar do esforço actual, continuar ser o terceiro investidor e o terceiro orçamento, com todas as suas possíveis consequências ao nível dos resultados desportivos, não estará afastado, e lembremo-nos das afirmações certeiras de José Eduardo Bettencourt ao reconhecer que o seu clube “gastava de mais para ser apenas terceiro e de menos para poder ser algo mais do que isso” (cito de cor). Acresce que esta nova estratégia, em face do afunilamento actual do acesso à CL e das exigências que os adeptos por certo não deixarão de apresentar, não será mais compatível com a aliança tácita com o FCP vigente durante a década, o que obrigará o SCP, digamos, a lutar em duas, eventualmente três, frentes: SLB, FCP, SCB.
Significa isto que, embora não tendo outra alternativa estratégica na conjuntura actual, o SCP bem pode estar a dar “um passo maior do que a perna” e os seus rivais, ao “obrigarem-no” a um maior investimento (quiçá incomportável) para poder competir, podem estar, qual Ronald Reagan da “Guerra das Estrelas” perante uma URSS decadente, a forçar o seu desgaste ou mesmo futura implosão.
O “ressurgimento” e o forte investimento do SLB neste último ano, com a sensação de que uma viragem na gestão desportiva do clube pode estar em curso com reflexos nos respectivos resultados, bem como a ameaça que o SC Braga pode representar no curto prazo e o estreitamento no acesso à Champions League, obrigaram a administração do SCP a rever a estratégia a meio de uma época, algo que comporta sempre alguns riscos, lançando-se num programa de investimentos nunca visto nos últimos anos. Mas atenção: não só o SCP não apresenta a capacidade de financiamento/endividamento do seu rival SLB (e este é um dos seus problemas), como também andará muito longe da sua capacidade potencial para gerar receitas e um retorno adequado a esse investimento. O risco de, apesar do esforço actual, continuar ser o terceiro investidor e o terceiro orçamento, com todas as suas possíveis consequências ao nível dos resultados desportivos, não estará afastado, e lembremo-nos das afirmações certeiras de José Eduardo Bettencourt ao reconhecer que o seu clube “gastava de mais para ser apenas terceiro e de menos para poder ser algo mais do que isso” (cito de cor). Acresce que esta nova estratégia, em face do afunilamento actual do acesso à CL e das exigências que os adeptos por certo não deixarão de apresentar, não será mais compatível com a aliança tácita com o FCP vigente durante a década, o que obrigará o SCP, digamos, a lutar em duas, eventualmente três, frentes: SLB, FCP, SCB.
Significa isto que, embora não tendo outra alternativa estratégica na conjuntura actual, o SCP bem pode estar a dar “um passo maior do que a perna” e os seus rivais, ao “obrigarem-no” a um maior investimento (quiçá incomportável) para poder competir, podem estar, qual Ronald Reagan da “Guerra das Estrelas” perante uma URSS decadente, a forçar o seu desgaste ou mesmo futura implosão.
3 comentários:
A grande questão é que o SCP não tem outra solução. É arriscar e ver se conseguem competir com o FCP e SLB, acertando mais que os seus rivais nas contratações e apostando numa estabilidade que dificlmente o SLB consiguirá impor! A outra solução é a morte lenta, como chamavam os financeiros no auge da crise a "death spiral", ou seja, menos investimento e menos custos, piores exibições e resultados, menos receitas, menos investimento e menos custos ... Se pensarmos que qualquer um dos clubes vale 0€ (tal como indicam os capitais próprios), todo o valor criado pelos clubes será para os detentores da dívida, assim o interesse dos accionistas dos clubes (cuja gestão deverá representar)é efectuar projectos de alto risco mas com alto retorno. Se perderem, são os detentores da dívida que ficam sem $, se ganharem pode ser que dê para pagar a dívida e ainda ficar com algum. Este é um dilema comum a muitas empresas à beira da falência!
Numa análise simplista e clubista...os lagartos andam nas nuvens (a voar baixinho). Os resultados continuarão a ser o que têm sido...maus. O SCP é um clube fora de prazo com tendência para uma belenização.
Retorno só no glorioso...que mesmo quando está em baixo movimenta milhões (de adeptos).
A análise está teoricamente correcta. Mas apenas uma pergunta, João: os detentores da dívida serão completamente alheios à estratégia e garantias dos clubes? Tenho dúvidas. Daí a dificuldade do SCP em conseguir financiamento e investir, por as garantias de retorno serem mtº baixas.
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