segunda-feira, dezembro 28, 2009

O "posicionamento" do governo e o orçamento 2010

Num ano de transição entre a crise e uma retoma tímida e ainda pouco consistente para nela se confiar a 100%, muito mais importante do que nos deitarmos a adivinhar com quem o governo vai aprovar o próximo orçamento (alguém se chegará à frente, disso não tenhamos dúvidas, e não serão o PCP ou o “Bloco”) ou quais os ministérios prejudicas ou beneficiados, exercício a que os “media” costumam dar grande importância, será analisar o “balanço” (equilíbrio), tanto em termos quantitativos como qualitativos (isto é, como e onde vão incidir) entre os incentivos ao crescimento e as medidas de controle e diminuição do “déficit” e do endividamento. Será essa a verdadeira “pedra de toque” da governação e que, portanto, irá determinar o “posicionamento”, deste governo. E será, em grande parte, dessa atitude e desse posicionamento que irão depender muitos dos comportamentos das agências e instâncias internacionais face a Portugal.

Não me parecendo ajuizado em 2010, numa conjuntura ainda incerta, adoptar desde já uma atitude demasiado radical no controle da despesa, parece-me, contudo, que, perante o cenário futuro, não existirá qualquer razão ou argumentação de forte peso que justifique, perante a necessidade de diminuir essa despesa e, simultaneamente, transferir recursos para quem perdeu o emprego ou usufrui de pensões mais baixas, um qualquer aumento da massa salarial da função pública, com a possível, mas mesmo assim modesta, excepção dos salários mais baixos.

Com pouca esperança... mas aguardemos.

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