Infelizmente, sendo todos eles de categoria mediana, não posso considerar nenhum dos três guarda-redes do meu clube muito superior aos restantes dois. Pessoalmente, prefiro Moreira, já que pouco vi jogar Júlio César, mas aceito perfeitamente quem opte por Quim.
O problema dos guarda-redes em Portugal tem muito a ver com os princípios de jogo dominantes: joga-se pouco em cruzamentos para a área e domina-se mal a técnica de remate de longa distância; por isso, preferem-se guarda-redes mais baixos, mas também mais ágeis e rápidos nas bolas rasteiras e chutadas de perto. Em jogos contra equipas que não perfilhem estes princípios, normalmente estrangeiras, o problema torna-se complicado. No meu clube, por exemplo, os dois guarda-redes estrangeiros melhor sucedidos foram Michel Preud’homme e Robert Enke, em termos morfológicos atípicos quando comparados com o “modelo” dominante na Europa do guarda-redes com mais de 1,90m.
Tudo isto vem a propósito do facto de Quim ter ontem defendido “não sei quantos penalties” e ter sido arvorado pela crítica em super guarda-redes – que está longe de ser – apesar de umas três saídas em falso, de arrepiar”, durante o jogo contra o A. C. Milan. A pergunta que logo fiz no estádio e agora aqui repito é a seguinte: quantos "penalties" decisivos vai ter Quim de enfrentar durante a época? Dois, três? Qual a probabilidade de um guarda-redes defender um "penalty"? Baixíssima, certamente.
Assim sendo, pode esse ser um elemento de primordial importância na escolha de um guarda-redes para uma época? A resposta, obviamente, é não e, se Quim for o escolhido, na base dessa escolha terão de ter estado razões com índices de ponderação bem superiores. Apesar das parangonas...
O problema dos guarda-redes em Portugal tem muito a ver com os princípios de jogo dominantes: joga-se pouco em cruzamentos para a área e domina-se mal a técnica de remate de longa distância; por isso, preferem-se guarda-redes mais baixos, mas também mais ágeis e rápidos nas bolas rasteiras e chutadas de perto. Em jogos contra equipas que não perfilhem estes princípios, normalmente estrangeiras, o problema torna-se complicado. No meu clube, por exemplo, os dois guarda-redes estrangeiros melhor sucedidos foram Michel Preud’homme e Robert Enke, em termos morfológicos atípicos quando comparados com o “modelo” dominante na Europa do guarda-redes com mais de 1,90m.
Tudo isto vem a propósito do facto de Quim ter ontem defendido “não sei quantos penalties” e ter sido arvorado pela crítica em super guarda-redes – que está longe de ser – apesar de umas três saídas em falso, de arrepiar”, durante o jogo contra o A. C. Milan. A pergunta que logo fiz no estádio e agora aqui repito é a seguinte: quantos "penalties" decisivos vai ter Quim de enfrentar durante a época? Dois, três? Qual a probabilidade de um guarda-redes defender um "penalty"? Baixíssima, certamente.
Assim sendo, pode esse ser um elemento de primordial importância na escolha de um guarda-redes para uma época? A resposta, obviamente, é não e, se Quim for o escolhido, na base dessa escolha terão de ter estado razões com índices de ponderação bem superiores. Apesar das parangonas...
10 comentários:
CARO JC
Como sabemos, o Benfica pode orgulhar-se de, no seu historial, ter contado com dois guarda-redes portugueses de grande gabarito internacional:
José Henriques (fez suar o Ajax dos tempos áureos)
e
Bento (fez perigar o primeiro título futebolístico francês em terras gaulesas), os quais se saíam igualmente bem a bolas altas.
Cá para mim, qualquer um dos actuais titulares que, aliás, dispõem de bons reflexos, têm ainda muito a aprender com aqueles (infelizmente um deles já finado).
Com os cumprimentos
JR
Permito-me discordar, meu caro JR. José Henrique era um guarda redes pouco mais do que mediano (era o típico GR de "engate") e Bento um excelente guarda-redes a nível nacional mas sem estatura (em todos os sentidos) para ser um GR de nível internacional. Como prova, os seus problemas quando o SLB tinha de defrontar equipas britânicas, com bons cabeceadores, como o Liverpool de Rush ou Aldridge. Teve o SLB um outro GR bem melhor: o tantas vezes injustiçado, por causa do "frango" contra o Inter, na final de S. Siro, Costa Pereira.
Cumprimentos
JC,
Passei a ter confiança nos julgamentos de Jorge Jesus. Pela competência demonstrada até agora, e por, como escreveu Manuel Sérgio, possuir a grande vantagem de saber que não sabe, tornando-o disponível para dialogar e não ser teimoso (como Quique, por exemplo).
Chegando a esta conclusão - filosófica, porém simplória -, o "goleiro" que ele escolher como titular, será bem escolhido.
Não concordo que os 3 sejam medianos. Considero-os, pelo menos os dois portugueses, bons guarda-redes. O problema é que do BOM ao EXCELENTE, ou ao CRAQUE, vai uma certa distância.
O Júlio César parece-me ser mais um Moretto. Com excelente potencial, mas famoso no Brasil por ter defendido um penalty do Romário (já coxo), e por ser o "rei dos frangos". Existe no Youtube uma compilação dos "frangos" do homem. Elucidativo.
Pode ser que se faça. Como escrevi, passei a confiar no Jesus. E caso o Júlio César "engate" no Benfica - ainda é jovem -, serei o primeiro a dar a mão à palmatória.
Todavia, não esquecer: o Moretto também defendeu um penalty do Ronaldinho Gaúcho em plenos quartos-de-final da Champions, em Nou Camp!
A verdade é que pouco importa se um "keeper" é especialista em penalties. Aí estou de acordo, JC. Raramente o Buffon os defende, e no entanto...
O Moreira é o meu preferido. Por ser da casa e por ser mais bonito.
Tenho dito!
Quando digo que são medianos, estou a falar a nível internacional. Portugal nunca teve grandes guarda-redes a nível internacional. Teve um ou outro que, sem ser craque, saíu da mediania, como Vítor Damas e Baía. Mais nada, pelo menos nos tempos históricos.
Quanto a Jesus, o verdadeiro teste começa no domingo.
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