Algo que muitos críticos e jornalistas desportivos ainda não entenderam é que, quando se fala de um clube, não existem melhores ou piores planteis em abstracto, em teoria, mas sim em função de uma ideia, de princípios e de um modelo de jogo definidos. Também em função da adaptação dos jogadores a um ambiente, a uma direcção técnica, da conjugação de personalidades que podem bem ser compatíveis em conflito, integrando e gerindo esse mesmo conflito no comportamento do grupo. Por isso é ver por aí em “sites" e jornais, debates na TV, comparações entre planteis, o do ano transacto e o deste, tentando tirar daí quaisquer conclusões. Trabalho de charlatanice, pois claro.
Querem um pequeno exemplo de um jogador do meu clube? Yebda foi no ano passado um jogador de grande utilidade. Não é um “pivot” defensivo posicional, mas mais um número oito ou seis e meio, com tendência para avançar no terreno, percorrendo grandes espaços, desposicionando-se. Como a equipa jogava num modelo com um duplo “pivot” defensivo (ele e “Katso”, na maior parte das vezes) e com os sectores longe uns dos outros, era fundamental um jogador desse tipo, que avançasse e percorre-se muito espaço para fazer a ligação, e pouca importância isso teria em termos defensivos pois “Katso” fazia as compensações (ou Miguel Vítor, que sendo o central mais rápido podia jogar mais à frente).
Este ano, com os sectores juntos, pressão alta e um único “pivot”, Yebda parece um peixe fora de água, perfeitamente deslocado num modelo para o qual não está talhado e mostrando alguma dificuldade em interpretar os princípios definidos. É um jogador pior do que no ano anterior? Não será, mas quase tudo o resto é diferente e lhe é estranho.
Este ano, com os sectores juntos, pressão alta e um único “pivot”, Yebda parece um peixe fora de água, perfeitamente deslocado num modelo para o qual não está talhado e mostrando alguma dificuldade em interpretar os princípios definidos. É um jogador pior do que no ano anterior? Não será, mas quase tudo o resto é diferente e lhe é estranho.
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