Das duas uma - e independentemente de razões de liberdade, dignidade, trabalho e salário dignos que parecem não preocupar muito o governo:
- Ou os beneficiários do RSI, agora obrigados a limpar matas e jardins ou a tratar de velhinhos nas IPSS, vão ocupar postos de trabalho realmente disponíveis e para os quais não terão qualificações nem vontade, contribuindo, deste modo, para a falta de eficácia desses serviços e para que o desemprego não diminua.
- Ou não vão na realidade efectuar qualquer trabalho útil (o que me parece estar bem mais perto da verdade, sendo a decisão apenas expressão de uma vontade punitiva sobre os mais fracos) e o Estado, além do pagamento do RSI respectivo, ainda verá os seus custos agravados com o valor do subsídio de almoço, transporte e seguro.
Conclusão: a não ser que a intenção seja mesmo obrigar alguns beneficiários do RSI (poucos, já que uma larga maioria se encarregará de arranjar maneira de se incluir nas excepções) a recusar poupando assim uns míseros euros à custa de alguns dos valores essenciais da dignidade humana, tomar decisões apenas por razões ideológicas e para agradar ao "Correio da Manhã" e ao "povo da SIC", alinhando pelas posições do populismo mais rasca e mais ignorante da sociedade portuguesa, nem sempre constituirá também a opção mais inteligente em termos de eficácia governativa. Felizmente, excepto talvez aqui e ali, em situações muito raras e concretas, nada disto vai funcionar e até talvez se venha a voltar contra os seus proponentes. Espero bem que sim: terão o que merecem.
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