O actual governo esteve ontem entre as 21h e as 23.30h na SIC Notícias (Ribeiro e Castro, Pedro Adão e Silva, Pedro Marques Lopes e Paquete de Oliveira) sob o mais continuado e violento ataque de que há memória por parte de uma estação de televisão, desde que tomou posse. Por ter posto em causa os interesses da Impresa? É provável que isso tenha o seu peso, embora o assunto esteja longe de aí se esgotar. Por, eventualmente, ter ousado enfrentar esses interesses em nome de algo essencial à prossecução dos seus objectivos, à solidez da coligação, ao cumprimento do seu programa, ao bem estar dos portugueses? Nada disso, e até se arriscando, como já se viu, a criar brechas no entendimento governamental. Na realidade, por algo que parece ter a ver apenas com os interesses de algumas pessoas, dentro e fora do governo, eventualmente ligadas aos negócios e interesses estratégicos da ditadura angolana. Talvez também a um outro grupo adversário, quase "inimigo", da Impresa, também ele actuando na área da comunicação social e com ligações africanas e à Fomentinvest, empresa de Ângelo Correia onde Pedro Passos Coelho trabalhou.
Um erro político tremendo, num momento em que os objectivos e estratégia do governo estão cada vez mais em causa, e uma demonstração clara do modo como o Estado e os governos (e não apenas este) se deixam capturar por interesses particulares. Uma evidência inequívoca de que cada vez que o governo se deixa enrodilhar numa trapalhada há sempre um nome em comum e quase sempre o mesmo país estrangeiro envolvido: o do ministro Miguel Relvas, ex-administrador da Finertec - empresa com fortes ligações a Angola -, autor do acto censório sobre Pedro Rosa Mendes por críticas deste à ditadura angolana e defensor público e confesso daquele célebre programa de propaganda ao mesmo país emitido pela RTP1, a mesma RTP que o ministro quer agora concessionar. Chega ou querem mais explicações?
4 comentários:
Caro JC
Chega...as explicações são mais do que suficientes.
Para agravar a situação, e de que maneira, existe o facto de tal medida ter sido "anunciada" (falando bom português - encomendada) por uma figura sinistra (e porque não dizê-lo, tenebrosa) que dá pelo nome de António Borges.
Exactamente, sem vergonha, com total despudor esse "consultor" governamental disse o que lhe encomendaram e mais ainda na entrevista concedida à Judite (de Sousa).
Acredito que o fundo não existe...quando alguém diz que já se bateu no fundo.
Um dia tudo vai acabar mal, ou bem.
Quando se perde o respeito...perde-se o medo.
Somos (?) mansos...mas há limites.
Cumprimentos
Isto está a tornar-se francamente obsceno...
Na "mouche": obsceno, é o termo.
Assino por baixo todos os comentários.
Enviar um comentário