sexta-feira, agosto 10, 2012

Pensamento olímpico do dia

Parece que, para muita gente, os atletas portugueses presentes nos Jogos Olímpicos são insuscetíveis de crítica; são assim uma espécie de "Querido Líder" ou "Pai dos Povos" em versão atlética. Ou então  é o contrário: os "índios" (atletas) são sempre bons e os "chefes" (leia-se, os dirigentes) é que "têm a culpa". É a versão "popularucha", do "povo humilde e coitadinho"... Ou será, como aqui se sugere, que a sua prestação só poderá ser analisada por quem corra a maratona em menos de duas horas, os 100 metros em 9,60'' e assim sucessivamente? Confesso não entender. Será que todos os participantes portugueses fizeram sempre tudo bem feito? Deveriam todos eles ter estado presentes? Escolheram as opções estratégias e tácticas correctas? Todos se prepararam com igual racionalidade e afinco? Ou só quem é romancista, piloto de automóveis ou realizador de cinema pode ser crítico destas as actividades? O que me parece é que muita gente gosta demasiado de tabus, adora "vacas sagradas", confunde crítica com "má-língua" ou maledicência e não consegue ter o distanciamento suficiente para uma análise fria, lúcida e, tanto quanto possível, despida de "partis-pris". Tudo isto, sintomas e factores potenciadores do nosso atraso, pois claro.  

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