Duas questões sobre a sucessão do Bloco de Esquerda:
- João Semedo é um político experiente, com intervenção desde há muito na sociedade portuguesa e cujo discurso político, concordando-se ou não (e eu, maioritariamente, discordo), é conhecido e dotado de consistência. Significa isto que se amanhã Semedo vier a liderar o BE tal acontecerá sem surpresa e poderá ser considerado um passo natural no seu percurso de cidadão e político, na sua dedicação à causa pública. Catarina Martins estará nos seus antípodas: para além de deputada relativamente recém-chegada (Outubro de 2009) ao grupo parlamentar do BE, não se lhe conhece trabalho ou pensamento político estruturado que possam justificar a sua eventual ascensão à liderança do partido. Uma incógnita.
- O PSR, um dos partidos que compõem o Bloco de Esquerda e do qual Francisco Louçã é militante, é membro da IV Internacional (trotskista), organização onde coexistem várias tendências com ideias próprias e muitas vezes conflituais. Muito do que se passa na IV Internacional tem assim óbvias repercussões na vida do PSR e do BE, e por vezes é difícil entender a vida destes últimos sem analisarmos e entendermos as movimentações internas dessa mesma IV Internacional. Espanta-me o esquecimento a que os "media" e analistas políticos portugueses votam este assunto.
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