Nos Jogos Olímpicos, e por muito que tal possa doer a muita gente, as medalhas não são todas "iguais", ou seja, não têm igual notoriedade ou importância independentemente da modalidade ou disciplina e, assim sendo, o "pay off" do investimento realizado não é igual. Quem disser o contrário está a ser hipócrita. Acresce que, em função de múltiplos factores (económicos, sociais, genéticos, desportivos, concorrenciais, etc, etc), a capacidade de cada país para ser competitivo e alcançar assim bons resultados, a sua "oportunidade de negócio", digamos assim, não é o mesma em todos os desportos/disciplinas, nem permanece imutável ao longo do tempo. Por exemplo, se o investimento no fundo e meio-fundo no atletismo se revelou correcto até há cerca de vinte anos, com a emergência africana ele acabou por não ser sustentável a prazo, cedendo o passo, muito graças aos portugueses de origem africana, a disciplinas mais técnicas. A canoagem, por exemplo, conseguiu os melhores resultados portugueses nestes Jogos Olímpicos, tendo os portugueses como adversários principais alguns dos países europeus económica e desportivamente mais desenvolvidos, o que só valoriza as prestações conseguidas. Mas pergunta-se: tendo isso em atenção, tal nível de resultados é sustentável a prazo, mesmo com um investimento acrescido? (é apenas uma pergunta e não contém qualquer opinião valorativa da minha parte, devo dizer).
São fundamentalmente este conjunto de factores (e outros do mesmo tipo) que deverão ser analisados e tidos em conta nas decisões futuras sobre o investimento olímpico do país, muito mais do que a habitual luta entre federações desportivas por alguns milhares de euros e uns quantos dias de visibilidade mediática.
Sem comentários:
Enviar um comentário