No Reino Unido os ministros são obrigatoriamente escolhidos entre os membros do parlamento. Tal é garantia de credibilidade democrática (foram eleitos pelos cidadãos) e experiência política, já que pelo menos tiveram de participar numa dura campanha e venceram os seus adversários directos num sistema eleitoral uninominal. Não sendo eu adepto da importação para Portugal de um sistema uninominal, quanto a mim, e no caso português, comportando bastantes mais riscos do que vantagens, não entendo porque se aceita a escolha de ministros não sujeitos ao escrutínio dos seus concidadãos e sem a obrigatoriedade de qualquer relevante experiência política anterior, nem sequer a participação numa "campanhazinha" eleitoral para uma pequena autarquia. O resultado é que temos agora um número dois do governo, considerado mesmo o seu ministro mais poderoso e com quem o actual primeiro-ministro assume fala todos os dias quando em férias, portanto, um verdadeiro primeiro-ministro "on duty", que não só ninguém elegeu, não é sequer membro de qualquer dos partidos que apoiam o governo, como não possui qualquer experiência política relevante no seu "curriculum". Digamos que não estamos perante um exemplo impoluto de democracia e que tal não me deixa nada confortável.
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