Como já disse, análises ao plantel de qualquer das equipas que vão disputar a Liga portuguesa só após o fecho do mercado, a 31 de Agosto. Mas como não sou adepto de "prognósticos só no fim do jogo", isto é, de me resguardar falando apenas depois dos factos acontecerem, há questões, relativas a uma análise do que poderá vir a ser a época do SLB, que transcendem o assunto das "compras e vendas" e poderão, desde já, ser equacionadas permitindo-me, em função elas, estar mais ou menos confiante sobre o que pode vir a acontecer.
Bom, em primeiro lugar quais os objectivos do SLB? Sem dúvida, ser campeão, chegar, no mínimo, aos 1/8 de final da Champions League, ganhar a Taça de Portugal ou então, como mal menor e em alternativa a esta última, a Taça da Liga. Mas digamos que ser campeão e atingir os 1/8 de final da Champions League são os objectivos essenciais para que a época possa ser considerada bem positiva. Perguntar-me-ão se, em função destes objectivos, estou optimista? Devo dizer que não totalmente, e justifico:
- A equipa começa o campeonato (e logo contra o S.C.Braga) sem um defesa-esquerdo consistente, acima de qualquer suspeita. Até pode dar certo, mas é um risco demasiado grande para quem (a dupla LFV/JJ) não está em posição de os assumir. Um mau resultado no qual, de algum modo, o jogador que ocupar essa posição (Melgarejo ou Luisinho) possa estar envolvido arrisca-se a causar instabilidade na equipa e na sua ligação com os adeptos. "Keep fingers crossed"...
- Fiquei apreensivo com o esquema apresentado naquele que teria sido o jogo de Düsseldorf, que me pareceu ser um ensaio para uma eventual saída de Witsel. Jorge Jesus vai para a sua quarta época no SLB, tempo suficiente para ter percebido a necessidade de ter uma equipa mais equilibrada e consistente defensivamente. Por isso, também cruzo os meus dedos para que Witsel não saia.
- O jogo de Düsseldorf veio demonstrar que os problemas de estabilidade emocional da equipa, que já custaram a perda de muitos pontos, não só não estão resolvidos como se terão agravado (era um jogo particular e não existiu qualquer provocação ou atitude agressiva prévia do Fortuna...). E começam, não em Luisão, mas nas entradas imprudentes de Javi Garcia.
- As reacções da equipa técnica e responsáveis directivos presentes após o incidente protagonizado por Luisão e o árbitro Christian Fischer revelam enorme falta de capacidade de liderança, já que esta tem de partir sempre de uma análise correcta das situações que permita agir sobre elas, resolvendo-as rapidamente. Aliás, ninguém entende muito bem a organização do futebol profissional do clube, onde, em algumas áreas, parece não existir uma inequívoca definição de funções nem uma clara capacidade de acção/decisão nos diversos níveis hierárquicos. Embora, no caso do Fortuna, a intervenção da FPF e de LFV tenha acabado por resolver o assunto, o que acima descrevo tem forte possibilidade de "dar errado".
- Por último, o que me parece mais positivo: a contratação de Ola John e Salvio permite, em princípio e se tudo correr bem, resolver um dos problemas revelados pela equipa na última época: a ausência, com a excepção de Nolito, de alas "rompedores"/ "desequilibradores", um pouco à imagem de Di Maria e até de Ramires, que nem Bruno César nem Gaitán, na sua essência, são.
E depois disto? Enfim... são onze de cada lado, a bola é redonda, 45' cada parte (mais ou menos) e no fim... que ganhe o "Glorioso"!
Sem comentários:
Enviar um comentário