Devo dizer que não conheço uma tradução adequada para o termo, mas cá por casa costuma usar-se o termo francês “allumeuse” para definir aquelas mulheres que são especialistas em sedução, em excitar os nossos desejos de "macho" trazendo-nos pelo beicinho, mas que, no momento decisivo, quando se aproxima a “sorte suprema”, “ala que se faz tarde”, deixando-nos a imaginar que bom que poderia ter sido e não foi. É um pouco assim como uma corrida de toiros à portuguesa, em que se traz o animal toureado mas, depois..., alguém, que não o toureiro, que lhe desfira a estocada final e fatal numa outra ocasião e sem essa maçada de andar para ali numa “excita”.
Pois é mesmo isto que me parece a oposição, uma oposição “allumeuse”. Vão congeminando os seus ataques, minando a actuação do governo, anunciando que “não há condições”, que o apocalipse é já amanhã, de preferência à hora dos telejornais ou anunciado em semanários, e, depois, quando se espera o momento da “sorte suprema”, quando há que demonstrar que “os tem no sítio”... “agora não que o meu pai não quer”...
Vamos lá ser claros e levar a coisa mais para o sério... Independentemente do que se pense do governo, do primeiro-ministro e do modo como ambos actuaram no negócio “PT/Media Capital, uma sua demissão com base em escutas ilegais, fugas ao segredo de justiça e em função de elementos obtidos através atropelos sistemáticos por parte de quem quer que seja a princípios fundadores do Estado de Direito constituiria um precedente gravíssimo para a nossa vida democrática e para o normal funcionamento das instituições. Algo de que todos nós – repito: todos – poderíamos vir sofrer no futuro sérias consequências. Aliás, só por puro oportunismo político se percebe que a Assembleia da República, quando surgiu a notícia (em Abril de 2009, salvo erro) e tendo então toda a legitimidade para o fazer, não tenha investigado devidamente o assunto e tomado as medidas julgadas adequadas para esclarecer politicamente os cidadãos. Mas adiante... do particular para o geral.
O que este ataque ao primeiro-ministro baseado em elementos recolhidos e publicados em clara violação da lei, esta “demissão” da AR em discutir o assunto em tempo oportuno, este apelo à demissão do primeiro-ministro em vez de se usarem os mecanismos constitucionais previstos para a sua substituição (moção de censura ou dissolução da Assembleia de República pelo PR nos prazos e termos em que a lei o permite) e, sejamos justos, aquilo que se passou no negócio PT/TVI permitem vislumbrar é uma total subalternização dos instrumentos e instituições democráticos na luta política e no funcionamento do Estado, substituídos pelo sistema judicial, pelos “media” e pelas estruturas empresariais onde esse mesmo Estado, de algum modo, é parceiro decisivo. É tudo isto que fica bem à vista nesta sucessão de casos com os quais o país tem sido confrontado ou, sejamos mais rigorosos, com os quais o país se confronta: um sintoma insofismável de uma democracia doente. E é exactamente isso que me preocupa e contra o qual me bato, chame-se o primeiro-ministro José Sócrates, Zé dos Anzóis ou Manel da Burra.
Pois é mesmo isto que me parece a oposição, uma oposição “allumeuse”. Vão congeminando os seus ataques, minando a actuação do governo, anunciando que “não há condições”, que o apocalipse é já amanhã, de preferência à hora dos telejornais ou anunciado em semanários, e, depois, quando se espera o momento da “sorte suprema”, quando há que demonstrar que “os tem no sítio”... “agora não que o meu pai não quer”...
Vamos lá ser claros e levar a coisa mais para o sério... Independentemente do que se pense do governo, do primeiro-ministro e do modo como ambos actuaram no negócio “PT/Media Capital, uma sua demissão com base em escutas ilegais, fugas ao segredo de justiça e em função de elementos obtidos através atropelos sistemáticos por parte de quem quer que seja a princípios fundadores do Estado de Direito constituiria um precedente gravíssimo para a nossa vida democrática e para o normal funcionamento das instituições. Algo de que todos nós – repito: todos – poderíamos vir sofrer no futuro sérias consequências. Aliás, só por puro oportunismo político se percebe que a Assembleia da República, quando surgiu a notícia (em Abril de 2009, salvo erro) e tendo então toda a legitimidade para o fazer, não tenha investigado devidamente o assunto e tomado as medidas julgadas adequadas para esclarecer politicamente os cidadãos. Mas adiante... do particular para o geral.
O que este ataque ao primeiro-ministro baseado em elementos recolhidos e publicados em clara violação da lei, esta “demissão” da AR em discutir o assunto em tempo oportuno, este apelo à demissão do primeiro-ministro em vez de se usarem os mecanismos constitucionais previstos para a sua substituição (moção de censura ou dissolução da Assembleia de República pelo PR nos prazos e termos em que a lei o permite) e, sejamos justos, aquilo que se passou no negócio PT/TVI permitem vislumbrar é uma total subalternização dos instrumentos e instituições democráticos na luta política e no funcionamento do Estado, substituídos pelo sistema judicial, pelos “media” e pelas estruturas empresariais onde esse mesmo Estado, de algum modo, é parceiro decisivo. É tudo isto que fica bem à vista nesta sucessão de casos com os quais o país tem sido confrontado ou, sejamos mais rigorosos, com os quais o país se confronta: um sintoma insofismável de uma democracia doente. E é exactamente isso que me preocupa e contra o qual me bato, chame-se o primeiro-ministro José Sócrates, Zé dos Anzóis ou Manel da Burra.
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