João Rodrigues, no “Arrastão”, acha que Miguel Sousa Tavares se mostrou mal preparado na entrevista de ontem a José Sócrates. Acho que sim; acho terá alguma razão. Mas o facto é que já em sua anterior e recente prestação televisiva, no “Prós & Contras”, sobre a questão do porto de Lisboa e dos contentores, MST se tinha mostrado claramente inseguro e mal preparado. Espero não se esteja a tornar norma. Mas adiante.
O que é um facto é que, independentemente da qualidade, conhecimentos e preparação do entrevistador (e já tenho assistido a excelentes entrevistas coordenadas por MST), o êxito de uma boa entrevista depende muito da escolha oportuna do entrevistado e, neste momento, José Sócrates, apesar da sua condição de “homem do momento”, talvez não tivesse sido a melhor escolha: já disse o que tinha a dizer (até, acho, já falou demais), não disse o que nunca poderia dizer e, para além das questões de actualidade política cujo interesse estaria sempre limitado pelo que afirmo no início desta frase (ou alguém pensa que o político experiente que é José Sócrates iria escorregar numa casca de banana?), José Sócrates não é, nem tem obrigatoriamente de ser, uma personalidade fascinante que valha por si só uma boa e fluente conversa. Assim, “Sinais de Fogo” (título um pouco pretensioso) não foi mais do que um “remake” de uma qualquer “Grande Entrevista” de Judite Sousa, sem a solenidade que a RTP1 lhe concede, com um entrevistador pior preparado e, como naqueles concertos "rock" com uma das maiores vedetas do espectáculo, uma primeira parte que não guardaremos na memória e da qual nos queremos ver livres rapidamente para assistir ao que realmente interessa.
Deixo um recado para o próximo programa e para MST. Importam-se, efectivamente, de nos surpreender?
O que é um facto é que, independentemente da qualidade, conhecimentos e preparação do entrevistador (e já tenho assistido a excelentes entrevistas coordenadas por MST), o êxito de uma boa entrevista depende muito da escolha oportuna do entrevistado e, neste momento, José Sócrates, apesar da sua condição de “homem do momento”, talvez não tivesse sido a melhor escolha: já disse o que tinha a dizer (até, acho, já falou demais), não disse o que nunca poderia dizer e, para além das questões de actualidade política cujo interesse estaria sempre limitado pelo que afirmo no início desta frase (ou alguém pensa que o político experiente que é José Sócrates iria escorregar numa casca de banana?), José Sócrates não é, nem tem obrigatoriamente de ser, uma personalidade fascinante que valha por si só uma boa e fluente conversa. Assim, “Sinais de Fogo” (título um pouco pretensioso) não foi mais do que um “remake” de uma qualquer “Grande Entrevista” de Judite Sousa, sem a solenidade que a RTP1 lhe concede, com um entrevistador pior preparado e, como naqueles concertos "rock" com uma das maiores vedetas do espectáculo, uma primeira parte que não guardaremos na memória e da qual nos queremos ver livres rapidamente para assistir ao que realmente interessa.
Deixo um recado para o próximo programa e para MST. Importam-se, efectivamente, de nos surpreender?
5 comentários:
Se me permites, deixa-me dizer uma ou outra coisa sobre os "Sinais de Fogo".
Não gostei - e até já o disse a um grande amigo meu que lá trabalha - mas não foi por causa do MST.
O formato do programa é conservador, retrógrado, do mais arcaico que se tem feito na televisão.
Antes da entrevista de Sócrates, tiveram três peças alegadamente noticiosas, tipo investigação a correr, que nada tinha a ver com o pano de fundo.
Lembras-te de alguma delas? Foi tão-só um dilúvio de palavras, textos compactos, incompreensíveis e imperceptíveis em televisão. Até meteu dó.
Porque diabo não copiam o que se faz lá fora? Textos sucintos, sem frases intercalares, curtos, um único parágrafo de cada vez. Pausados...
Foi um autêntico suicídio em televisão. Estou à vontade, porque já o disse ao meu amigo MC que me parece ser o responsável por essa parte (e ainda não me respondeu...).
E Sócrates ter sido o primeiro entrevistado teve a ver, obviamente, com uma questão de marketing. Mesmo assim, não resultou muito, foi apenas 3º lugar nas audiências, embora 1º da SIC. Não sei se juntaram as audiências dos dois canais.
MST pareceu-me nervoso e aquela tosse também não foi nada amigável. Retenho que, pela primeira vez, não é feita uma entrevista agressiva, mal-educada.
MST conduziu a sua entrevista como jornalista profissional que é e não como esbirro da PIDE em interrogatório cruel e fascista.
Não houve histerismo, MST fez as perguntas que entendeu - aqui e ali fez o contraditório, mas sem agressões verbais escusadas e/ou mal educadas - o primeiro-ministro respondeu como entendeu, as pessoas que julguem.
Não cabe ao entrevistador julgar, mas apenas proporcionar que as pessoas julguem.
Provavelmente, as pessoas já não estarão habituadas a este jornalismo profissional versus o exibicionismo delirante de outros como Mário Crespo, Moura Guedes...
É por isso que já vi em blogues ataques ao MST chamando-lhe bêbedo e que está com "nicotina no cérebro".
Repito que MST me pareceu nervoso, pouco seguro, nalguns pontos por ventura mal preparado, mas prefiro esses "erros" à indigência teatral e deplorável de Crespo (sim, eu sei que tenho uma costela anti-Crespo) que, por sinal, hoje levou mais uma "sova" na comissão de Ética.
(Até Ricado Costa lhe deu na cabeça nos comentários a seguir).
Desculpa lá o espaço que roubei!
LPA - nº 192
Mtº obrigado pelo teu comentário conhecedor e de um profissional. Por estas duas razões, nada tenho a acrescentar.
Excelente análise,caro Íé-Ié. Tanto que me preparva para dizer qualquer coisa e calo-me já.
É destes cometários que gosto e não de chalaças.
Um abraço
Em relação à referida entrevista só pude ver excertos de telejornal, não podendo pois opinar.
Já sobre MST, sou leitor das crónicas deste, nomeadamente as do “Expresso”, tendo notado certa insistência temática deste, aparentemente obsessiva, cuja análise me parece empolada, por exemplo os blogs e redes sociais, coisa que aquele parece abominar ( Cuidado ilustres Bloggers !)
Por falar em Blogs, devo a ao Blog IÉ-IÉ e GATO MALTÊS – para além de aumentarem, e muito, a minha modesta cultura musical, dando-me a conhecer novos músicos e músicas ou maior detalhe dos que já conhecia- , alguns momentos divertidos de bem urdidas e humoradas chalaças como aquela do contentor de Brilho D' Uva do Lidl, cor de rubi, mistura de vários vinhos europeus, e que, decantado e tudo mais, produz uma azia, ou aquela da brochura presumivelmente feita à mão pelo amigo Rato.
Aos ilustres Bloggers e autores das referidas chalaças os meus agradecimentos por momentos de grande humor.
JR
Mande sempre, caro JR.
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