Manuel Alegre foi resistente contra a ditadura, exilado político, poeta militante de qualidade inequívoca e importância inquestionável no apoio aos que lutaram pela liberdade, militante do PS desde 1974, lutador pela liberdade durante o PREC, figura de relevo da cultura portuguesa; uma referência, portanto, da minha geração.
Tudo isso deveria ser mais do que suficiente para ter ganho algum respeito por si próprio, tanto como o que nós, pelos motivos acima invocados, por ele granjeámos. Para que nem ele nem nós de vez o percamos, deveria Alegre pensar duas vezes antes de proferir alguns disparates, tal como afirmações sobre as convicções democráticas do primeiro rei de Portugal a propósito de um regime angolano de liberdades, no mínimo, controladas ou, agora, a intenção de resolver a crise através do aumento generalizado de salários ao mesmo tempo que afirma dever ser o desemprego a grande prioridade. Aliás, diga-se, nunca pelas boas razões (as que acima refiro) teve Manuel Alegre tanto espaço e tempo na comunicação social como o que tem agora conseguido desde que abriu caminho a afirmações como estas últimas, donde se conclui que parece importar muito mais a notoriedade do “meio” do que a consistência e seriedade da mensagem.
A pergunta que fica, no entanto - e antes do seu anunciado encontro com José Sócrates -, é que credibilidade restará a um PS que venha a integrar nas suas listas de candidatura alguém cuja agenda e propostas políticas são cada vez mais as do PCP e do “Bloco”, ou que credibilidade restará a ambos, PS e Alegre, se este o vier a aceitar.
É que, desculpem-me a expressão, já não há muita paciência para tal folhetim, sugerindo que em situação iminente de ruptura talvez fosse chegado o momento de ambos recorrerem a aconselhamento matrimonial!
Tudo isso deveria ser mais do que suficiente para ter ganho algum respeito por si próprio, tanto como o que nós, pelos motivos acima invocados, por ele granjeámos. Para que nem ele nem nós de vez o percamos, deveria Alegre pensar duas vezes antes de proferir alguns disparates, tal como afirmações sobre as convicções democráticas do primeiro rei de Portugal a propósito de um regime angolano de liberdades, no mínimo, controladas ou, agora, a intenção de resolver a crise através do aumento generalizado de salários ao mesmo tempo que afirma dever ser o desemprego a grande prioridade. Aliás, diga-se, nunca pelas boas razões (as que acima refiro) teve Manuel Alegre tanto espaço e tempo na comunicação social como o que tem agora conseguido desde que abriu caminho a afirmações como estas últimas, donde se conclui que parece importar muito mais a notoriedade do “meio” do que a consistência e seriedade da mensagem.
A pergunta que fica, no entanto - e antes do seu anunciado encontro com José Sócrates -, é que credibilidade restará a um PS que venha a integrar nas suas listas de candidatura alguém cuja agenda e propostas políticas são cada vez mais as do PCP e do “Bloco”, ou que credibilidade restará a ambos, PS e Alegre, se este o vier a aceitar.
É que, desculpem-me a expressão, já não há muita paciência para tal folhetim, sugerindo que em situação iminente de ruptura talvez fosse chegado o momento de ambos recorrerem a aconselhamento matrimonial!
2 comentários:
Apenas saber quando se penduram as botas, em lugar de andar a arrastá-las pelo campo, sem glória, sem objectivos que, realmente, se vejam.
Completamente de acordo com o primeiro parágrafo do teu “post”. Alegre é relamenteÉ uma referência da nossa geração. Seria então o tal tempo de pendurar as botas. O ter permanecido, como deputado pelo Partido Socialista, todos estes tinta e poucos anos foram demais. Matam-no politicamente. Engoliu elefantes de mais para que hoje possa aparecer de cara limpa, ser alternativa ao que quer que seja.
Não sei ao certo a que se propõe Manuel Alegre, se é que se propõe a alguma coisa…
Nada disto dignifica quem quer que seja...entristece muito… mesmo muito...
Manuel Alegre, vindo de Argel, regressou a Portugal juntamente com o seu companheiro Fernando Piteira Santos. Há um episódio interessante no livro “Fernando Piteira Santos: Português, Cidadão do Século XX”:
“Cabe aqui contar um episódio que revela a integridade e coerência política do Fernando. Alguém perguntou-lhe um dia: “Por que é que não te filias no Partido Socialista? Resposta:”Porque Sou Socalista”.
Mas, escuta uma coisa, o Mamuel Alegre foi sempre a "direita" do PS, em todas as situações. Donde esta deriva "esquerdista" espantar ainda mais e parecer demasiado oportunista. Ele é, fundamentalmente, um nacionalista conservador com um corpo doutrinário (?) mtº próximo dos populismos "Getulistas" e "Peronistas" da América do Sul do século XX.
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