“The Duchess” ficaria bem melhor como mini-série de dois episódios, mas, para além do meu “fraquinho” por Keira Knightley me empurrar sempre para onde quer que ela esteja, o filme conseguiu, talvez devido à minha notória anglofilia, o raro objectivo de não me entediar (longe disso), o mesmo não podendo dizer de alguns dos candidatos a Óscares. Que lhe falta? Talvez uma abordagem mais “crua” e sincera à personalidade da duquesa (que tem o seu quê de Marie Antoinette inglesa), ao modo, nem sempre claro, como exerceu a sua influência política mas também aos seus vícios pelo jogo e pelo esbanjamento. Digamos que o tudo no filme parece propositadamente demasiado “flat” e pouco contrastante, fabricado para jogar com as evidentes semelhanças entre algumas facetas da vida e personalidade da duquesa e a imagem deixada nas revistas cor-de-rosa e nos meios mais populares pela sua descendente Diana Spencer. Mas se hoje sabemos essa imagem é apenas uma parte evidente da realidade, convenhamos que o evidente reaccionarismo, a personalidade rústica e desinteressante do Duque de Devonshire e a sensibilidade artística de Charles Windsor também nada têm em comum. No fundo, se me perguntarem o que falta ao filme sintetizarei numa palavra: dramatismo; algo que efectivamente nos agarre e faça viver.
Já agora: não me parece se possa traduzir a forma de tratamento “your grace” por “sua excelência”, uma forma de tratamento que me parece nada ter a ver com a tradição aristocrática. Melhor tradução seria “vossa senhoria”, vossa graça” ou “vossa mercê”.
Já agora: não me parece se possa traduzir a forma de tratamento “your grace” por “sua excelência”, uma forma de tratamento que me parece nada ter a ver com a tradição aristocrática. Melhor tradução seria “vossa senhoria”, vossa graça” ou “vossa mercê”.
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