quinta-feira, janeiro 18, 2007

Ridículo!

Alguém me explica porque sendo civis – e devendo vincar essa mesma condição, num estado democrático e civilista (em que os militares estão subordinados a um poder civil democraticamente eleito) – os Ministros da Defesa dos governos de Portugal insistem sempre em fazer esta triste figura quando visitam os militares portugueses em missões no estrangeiro? É que não é de agora, o problema vem de há muito sem que ninguém lhes chame a atenção para o ridículo e inadequado da situação!

3 comentários:

Anónimo disse...

é por uma questão da solidariedade...ou então é para evitar os atiradores furtivos...

Anónimo disse...

Tirando o inconveniente de terem que mandar fazer um camuflado tamanho infantil (mas os homens não se medem aos palmos) não vejo qual é o problema, além de que deve ser estimulante e caloroso para as tropas. Além disso, do ponto de vista militar que não é o meu forte, deve ter que ser assim pois representa, ou vai em vez de qualquer chefe.

Isto pode ter até várias justificações, do tipo:
- "em roma sê romano" e toca a ir fardado;
- "mais vale prevenir do que remediar" e toca a ir igual aos outros;
- "estou no mesmo barco", embora aquilo não seja a marinha;
- and so on

Que diabo! também acha ridícula a figura que fazem os representantes da sua adorada Inglaterra naquelas paradas, tatoos e etc? E os juízes? Com aquelas perucas ou toucados, deve ser mto prático, deve.

Cada sociedade tem os seus rituais e as suas praxes.

E por falar em Inglaterra: tivemos uma amostra do elevado grau civilizacional desse povo (superiormente desenvolvido) nos ecos que nos chegaram do Big Brother de lá. Mto acima da força bruta evidenciada no de cá (O Marco a dar pontapés em directo a outra residente que, alias, tbem lhe bateu).
Pois constato que além de snobs são racistas, xenofobos e não têm o mínimo bom gosto. A vítima é uma indiana lindíssima, correcta e c/ uma paciência de santa, enquanto a agressora é estupidamente mal educada e c/ um ar ... digamos apenas suburbano.

Afinal também há por lá gente prosseira qb. Bêbados já sabíamos que havia. Que mais haverá? Shame on them. Onde é que está a diferença pª melhor que nos está sempre a impingir?

E voltando às tropas, ao menos no estrangeiro as nossas são sempre queridas pelas populações.

Anónimo disse...

Ora vamos lá por partes, mey caro anónimo:

1.O ministro é civil, e representa um governo que é civil ao qual os militares devem obediência e ao qual o poder militar se subordina. É assim num estado de direito democrático. São o governo e o PR que nomeiam as chefias militares. Deverá, portanto, em qualquer situação, afirmar essa sua condição.
2. Não vai fardado (nem tem qualquer direito a usar farda ou a qualquer patente militar). Vai mascarado com um dolmen camuflado, um capacete militar e umas calças civis.
3. Tendo prestado serviço militar e sendo bisneto, sobrinho-neto e primo em 2º grau de militares do exército português, só posso calcular como o Ministro, nas costas, terá sido "gozado".
4.As tais paradas em Inglaterra fazem parte da tradição, têm um significado específico (como o trooping the colour, p.e.)e não vê lá ninguém fardado sem ter direito a isso. Nada tenho contra esse tipo de tradições, como não tenho aqui contra o render da guarda em Belém onde levei várias vezes os meus filhos quando eram crianças. Uma coisa são tradições - que defendo - outra são pachaçadas.
5. As perucas dos juízes - que aliás vão desaparecer dos tribunais não criminais - têm uma explicação e correspondem a uma tradição: destinavam-se a dificultar a sua indentificação fora do tribunal por parte de criminosos e etc. estamos, mais uma vez, perante uma tradição e não uma pachaçada.
6. Quanto ao Big Brother a alarvidade deve ser a mesma, ou parecida, em todo o lado. Não conheço pormenores, por isso passo, não sem deixar de concordar com a beleza da concorrente.
7. O facto de me identificar com o way of living (and thinking) inglês
não significa que não reconheça os problemas que por lá existem e não os lamente. Mais ainda, não significa que considere a Inglaterra o sítio mais civilizado do mundo - não é, nem o considero como tal. Quanto a serem snobs e racistas é o mesmo que dizer que os alemães são militaristas e nazis, os franceses maricas e os espanhóis sanguinários. Idem para o facto das nossas tropas serem sempre queridas no estrangeiro!

Resumindo: nada tenho contra as tradições que considero espeitáveis e inócuas (não estou a falar de dar cigarros a crianças em Trás os Montes ou de matar touros em Barrancos). tenho, isso sim, contra a sua ausência. Se tradições e procedimentos institucionalizados existissem, o Ministro da Defesa - por quem aliás tenho consideração e respeito intelectual - não teria feito aquela triste figura.

Cumprimentos

JC