É cada vez mais difícil para o futebol português atrair jogadores estrangeiros de alguma categoria internacional, e dos dois que, sem grande esforço, me permito ainda incluir nessa categoria, um deles, Luisão (o outro será Lucho Gonzalez), vem hoje declarar a “A Bola” que o seu ciclo no S. L. Benfica está a chegar ao fim. E, de facto, se pensarmos no que pode atrair a Portugal um jogador deste tipo, temos dificuldade em encontrar razões. Os principais clubes portugueses debatem-se com problemas financeiros graves, não podendo praticar condições salariais melhores que muitos clubes europeus de nível médio ou médio-baixo. O caso do Sporting é talvez o mais evidente, fazendo “das tripas coração” para reaver um jogador mediano que não se conseguiu impor no “Boro”, um clube do “meio da tabela” da "Premiership", mas não deixa orfãos os dois outros “grandes”, clubes sobredimensionados para a realidade actual de um mercado que cada vez mais se atrofia conquistado pelas grandes ligas europeias. Vale o que vale, mas ainda recentemente, em conversa com familiares e amigos, descobri que, cada vez mais, nos restringíamos, no que diz respeito à TV, a ver apenas os jogos dos nossos próprios clubes, enquanto tentávamos organizar o fim de semana de modo a não perder os principais encontros da "Premiership" ou do campeonato espanhol. Por outro lado – e como se depreende da constatação acima – a liga portuguesa tem uma pequeníssima ou quase nula expressão mediática no estrangeiro, nos grandes mercados, já não constituindo qualquer “montra” para os jogadores que nela participam. Pensando bem, uma possível participação na “Champions League” poderá ainda ser o único objectivo capaz de atrair a Portugal jogadores desse tipo - acima da média - participação essa cuja possibilidade e qualidade tenderá, num futuro próximo e em virtude do decréscimo de valor das equipas, a tornar-se cada vez mais problemática. Penso que chegou a altura de os grandes clubes do futebol português, se quiserem sobreviver dignamente, encararem a globalização e internacionalizarem-se, conquistando novos mercados. Será também a oportunidade para a UEFA se convencer que as pequenas ligas não poderão sobreviver por si sós, e que a sua fusão ou absorção por ligas mais fortes e competitivas será um passo indispensável na restruturação do futebol europeu. Os principais clubes portugueses só teriam a lucrar com isso, competindo com o Real Madrid, Barcelona, Valência e outros numa Liga Ibérica.
Nota: Eu sei que o "Chelsea" jogou com dois centrais improvisados e que "Rafa" Benitez, que não é parvo, explorou a fundo a questão, abdicando finalmente de um futebol hiper-defensivo e colocando Peter Crouch e Dirk Kuyt a darem cabo da cabeça a Paulo Ferreira e Essien. Também sei que o recuo deste desiquilibra o meio campo de Stamford Bridge. Mas, que raio!, fazer coabitar no mesmo meio campo Frank Lampard e Michael Ballack foi penoso de ver, e é mesmo "pôr-se a jeito" para levar um "banho de bola". Foi o que aconteceu.
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