De vez em quando chegam boas e surpreendentes notícias do Porto, como ontem com a vitória do Atlético frente ao FCP para a Taça de Portugal. Ainda por cima, um clube da cidade onde nasci e vivo e, muito mais do que isso, da freguesia onde estão as minhas raízes portuguesas, pois foi na freguesia de Alcântara (mais propriamente no Alto de Stº Amaro) que nasceram e viveram infância e adolescência minha mãe e minhas tias, ali paredes meias com a Tapada da Ajuda, onde está a “Tapadinha” e, hoje, o pavilhão do Atlético. Também a minha avó materna por lá nasceu e viveu, no mesmo Alto de Stº Amaro, isso não tendo acontecido apenas com o meu avô porque o seu pai era militar, o que obrigou os filhos a nascer onde “a pátria o chamava”. Por fim, passei lá os meus três últimos e felizes anos de liceu, no “liberal” D. João de Castro onde voluntariamente me “refugiei” por clara inadaptação à disciplina militarizada do Camões de Sérvulo Correia, o “Totas” de todos os terrores e horrores, o “fascismo” no liceu. Ninguém, desse lado da família, era muito dado a “futebóis”, contudo, e se existisse simpatia era pelo “Belenenses”, da freguesia “ali ao lado” e um pouco menos proletário.
O Atlético, tal como o “Oriental” (o C.O.L.) é um daqueles clubes da antiga “cintura industrial de Lisboa” que corria ao longo do Tejo de Sacavém a Algés e atravessava mesmo o rio até ao Barreiro, do F. C. Barreirense. Era o tempo em que o futebol era o entretenimento de fins de semana das classes trabalhadoras, ao domingo à tarde pois o sábado era dia de trabalho, e grande parte dos centros industriais tinham os seus clubes de futebol, muito populares, como, além dos já referidos, o Leixões e o Olhanense (pescas e conservas). Por alguma razão, no auge do “poderio industrial” da península de Setúbal chegaram a ter sucesso desportivo clubes como o Seixal, Amora e Montijo, e o Vitória de Setúbal teve aí o seu período de maior esplendor. A “terciarização” e a “suburbanização” do país forçaram a decadência de todos estes clubes, sendo substituídos por outros mais ou menos artificiais como o “Estrela da Amadora”, por exemplo, sustentados pelas autarquias e com pouco ou nenhum suporte popular. Esta é também uma das razões – mais uma – para a actual “desertificação” dos pequenos estádios mesmo quando os grandes lá se deslocam. Por alguma razão, Vitória de Guimarães, Leixões e Olhanense, mesmo nas divisões secundárias, continuam a despertar paixões e a atrair milhares de pessoas aos seus jogos.
O Atlético, tal como o “Oriental” (o C.O.L.) é um daqueles clubes da antiga “cintura industrial de Lisboa” que corria ao longo do Tejo de Sacavém a Algés e atravessava mesmo o rio até ao Barreiro, do F. C. Barreirense. Era o tempo em que o futebol era o entretenimento de fins de semana das classes trabalhadoras, ao domingo à tarde pois o sábado era dia de trabalho, e grande parte dos centros industriais tinham os seus clubes de futebol, muito populares, como, além dos já referidos, o Leixões e o Olhanense (pescas e conservas). Por alguma razão, no auge do “poderio industrial” da península de Setúbal chegaram a ter sucesso desportivo clubes como o Seixal, Amora e Montijo, e o Vitória de Setúbal teve aí o seu período de maior esplendor. A “terciarização” e a “suburbanização” do país forçaram a decadência de todos estes clubes, sendo substituídos por outros mais ou menos artificiais como o “Estrela da Amadora”, por exemplo, sustentados pelas autarquias e com pouco ou nenhum suporte popular. Esta é também uma das razões – mais uma – para a actual “desertificação” dos pequenos estádios mesmo quando os grandes lá se deslocam. Por alguma razão, Vitória de Guimarães, Leixões e Olhanense, mesmo nas divisões secundárias, continuam a despertar paixões e a atrair milhares de pessoas aos seus jogos.
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