
O Atlético, tal como o “Oriental” (o C.O.L.) é um daqueles clubes da antiga “cintura industrial de Lisboa” que corria ao longo do Tejo de Sacavém a Algés e atravessava mesmo o rio até ao Barreiro, do F. C. Barreirense. Era o tempo em que o futebol era o entretenimento de fins de semana das classes trabalhadoras, ao domingo à tarde pois o sábado era dia de trabalho, e grande parte dos centros industriais tinham os seus clubes de futebol, muito populares, como, além dos já referidos, o Leixões e o Olhanense (pescas e conservas). Por alguma razão, no auge do “poderio industrial” da península de Setúbal chegaram a ter sucesso desportivo clubes como o Seixal, Amora e Montijo, e o Vitória de Setúbal teve aí o seu período de maior esplendor. A “terciarização” e a “suburbanização” do país forçaram a decadência de todos estes clubes, sendo substituídos por outros mais ou menos artificiais como o “Estrela da Amadora”, por exemplo, sustentados pelas autarquias e com pouco ou nenhum suporte popular. Esta é também uma das razões – mais uma – para a actual “desertificação” dos pequenos estádios mesmo quando os grandes lá se deslocam. Por alguma razão, Vitória de Guimarães, Leixões e Olhanense, mesmo nas divisões secundárias, continuam a despertar paixões e a atrair milhares de pessoas aos seus jogos.
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