Tenho azar. Devo ter mesmo muito azar. Nunca (muito raramente) vejo um tal programa da SIC Notícias chamado “O Dia Seguinte”, em que três licenciados em direito altamente comprometidos com o “regime” que dirigiu o futebol português nos últimos (20? 30?) anos e o levou à beira da falência discutem se a bola entrou ou não entrou, se foi penalty ou não, e movem, em directo, as suas influências em favor daquilo que pensam são os interesses dos clubes que representam, ou seja, deles e dos seus “amigos” com os quais traficam interesses. Mas hoje calhou. E ao fazer um rápido zaping, dei com a seguinte pergunta em rodapé: “só devem jogar na selecção jogadores nascidos em Portugal”? Esfreguei os olhos, não fosse estar a dormir, mas a pergunta era mesmo essa. “Só devem jogar na selecção jogadores nascidos em Portugal”? Para além do país passar a exigir a um jogador de futebol, para ser internacional, condições mais restritivas do que as exigidas aos candidatos a Presidente da República (apenas se exige que tenham tido sempre a nacionalidade portuguesa), passaríamos a ter cidadãos de primeira e de segunda, situação apenas comparável ao que acontecia com os portugueses nascidos nas colónias, nos primeiros tempos da ditadura, ou ao estatuto do indígena de tão triste memória. Jean Marie Le Pen não imaginaria melhor...
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