A Taça da Liga é uma competição desenhada para as televisões: com o desequilíbrio existente entre as equipas portuguesas, o seu modelo de competição quase impõe os principais clubes estejam presentes nas meias-finais e final. Até há pouco tempo, a Taça de Portugal era exactamente o contrário: com um pouco de felicidade nos sorteios, era possível assistir a uma final sem a presença de nenhum dos "grandes" ou até mesmo com equipas de escalões inferiores. Como este modelo era incompatível com o interesse televisivo (em Portugal, só é "vendável" um jogo no qual um ou dois "grandes" estejam presentes), a FPF resolveu alterar o modelo e passar a fazer disputar as meias-finais em duas "mãos", facilitando a vida aos principais clubes. Percebo e aceito perfeitamente as razões da FPF, dos patrocinadores e a necessidade de assegurar as receitas geradas pelas transmissões televisivas, mas receio também tal acabe, no médio-longo prazo, por matar o interesse da competição durante grande parte do seu desenrolar. Ontem, o SLB - Paços de Ferreira, por exemplo, até para mim, benfiquista, foi um enorme bocejo (uma espécie de jogo-treino) e receio bem o mesmo aconteça com o VSC - CFB de amanhã. Não sei muito bem como e alterando o quê, mas algum equilíbrio entre competitividade e interesses comerciais parece-me essencial para a sobrevivência das "Taças" e a dificuldade em conseguir patrocinadores para os modelos actuais parece demonstrar isso mesmo.
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