Se existe uma linha de continuidade no guião político de António José Seguro ela é a tentativa de chegar ao poder o mais cedo possível, mesmo que para tal tenha de seguir uma política ziguezagueante e dar primado ao tacticismo. Primeiro, foi a tentativa de o fazer, mesmo que por interposto "governo de iniciativa presidencial", colando-se a Cavaco Silva. Depois, um pedido de eleições antecipadas sem que se vislumbrasse estarem reunidas condições para a queda do governo. Agora, no congresso, um terceiro ou quarto remake" dos Estados Gerais, um pedido extemporâneo de maioria absoluta e uma ideia de futura coligação governamental sem que existam indicações consistentes de que a actual legislatura possa não chegar ao fim. No fundo, percebe-se esta permanente fuga para a frente de Seguro: sabe é um líder fraco (o que, aliás, é bem visível na sua cedência aos sindicatos eleitorais locais na nomeação dos candidatos do partido às próximas eleições autárquicas) e, por isso, quanto mais tarde forem as próximas eleições menos probabilidades terá vir a ser primeiro-ministro.
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