"Post" editado neste "blog" no dia 24 de Abril de 2009. Junto-lhe agora os "links" para as músicas em questão para que as possa ouvir sem que elas "conspurquem" este "blog".
"O “Gato Maltês” não transige em questões do gosto, e acha o dia 24 de Abril deveria servir também para deitar para “o caixote do lixo da História” muito do que, tal como a ditadura de Salazar e Caetano, se poderia e deveria incluir numa mesma categoria do mau gosto. Mesmo que tenha dado à luz já depois do 25 de Abril ou à sua sombra tenha progredido e feito carreira.
No caso da música portuguesa, se ao 25 de Abril e à luta contra a ditadura se deve muito do melhor que alguma vez se fez - desde a obra de José Afonso (aquele que melhor soube casar a música popular de origem urbana - o fado e a balada de Coimbra - com as recolhas rurais de Giacometti e a influência músical dos povos das colónias) até a um dificilmente classificável Sérgio Godinho (que reinventou o português como língua musical) passando por um Adriano que nos deu a conhecer Manuel Alegre e a balada coimbrã no seu melhor e um GAC que provou ser possível conciliar música de mobilização popular, inovação e qualidade musical e interpretativa (felizmente há alguns outros, mas não vale a pena ser exaustivo) -, também à sua sombra e das proclamadas boas intenções (muito infernais, como é sabido) se produziu muito do que de pior alguma vez se ouviu aqui pelo rectângulo, bem digno de enfileirar com o que de mais deprimente o denominado “nacional-cançonetismo” pré 25 de Abril alguma vez terá ousado (diga-se de passagem que o tal “nacional-cançonetismo” também logrou algumas coisas – poucas – de qualidade assinalável).
Nesse sentido, e longe de querer ser exaustivo já que não gosta o “Gato Maltês” de guardar muito lixo na memória – apenas o necessário como exemplo do que é mau e, por isso, se não deve repetir -, resolve este "blog", para comemorar o último dia de uma ditadura cheia de defeitos entre os quais se conta o do mau gosto de existir, elencar, para que se não repita, alguma da pior música que o 25 de Abril produziu, por isso mesmo digna de ser incluída no mesmo saco da defunta e sinistra ditadura e na ausência de saudades que o 24 de Abril nos deixa. Para além da má qualidade, em grande parte dos casos trata-se apenas de oportunismo feito música(?), o que ainda é bem pior.
No caso da música portuguesa, se ao 25 de Abril e à luta contra a ditadura se deve muito do melhor que alguma vez se fez - desde a obra de José Afonso (aquele que melhor soube casar a música popular de origem urbana - o fado e a balada de Coimbra - com as recolhas rurais de Giacometti e a influência músical dos povos das colónias) até a um dificilmente classificável Sérgio Godinho (que reinventou o português como língua musical) passando por um Adriano que nos deu a conhecer Manuel Alegre e a balada coimbrã no seu melhor e um GAC que provou ser possível conciliar música de mobilização popular, inovação e qualidade musical e interpretativa (felizmente há alguns outros, mas não vale a pena ser exaustivo) -, também à sua sombra e das proclamadas boas intenções (muito infernais, como é sabido) se produziu muito do que de pior alguma vez se ouviu aqui pelo rectângulo, bem digno de enfileirar com o que de mais deprimente o denominado “nacional-cançonetismo” pré 25 de Abril alguma vez terá ousado (diga-se de passagem que o tal “nacional-cançonetismo” também logrou algumas coisas – poucas – de qualidade assinalável).
Nesse sentido, e longe de querer ser exaustivo já que não gosta o “Gato Maltês” de guardar muito lixo na memória – apenas o necessário como exemplo do que é mau e, por isso, se não deve repetir -, resolve este "blog", para comemorar o último dia de uma ditadura cheia de defeitos entre os quais se conta o do mau gosto de existir, elencar, para que se não repita, alguma da pior música que o 25 de Abril produziu, por isso mesmo digna de ser incluída no mesmo saco da defunta e sinistra ditadura e na ausência de saudades que o 24 de Abril nos deixa. Para além da má qualidade, em grande parte dos casos trata-se apenas de oportunismo feito música(?), o que ainda é bem pior.
Peço desculpa de eventuais falhas, mas trata-se apenas de nomear alguns temas cujo carácter simbólico seja também evidente. Além disso, interpretando os sentimentos e intenções do “blog” e o racional que está na base desta lista, poderá também o leitor contribuir para colmatar alguns lapsos de memória deste escriba.
Nota: como é óbvio, para nos mantermos dentro dos padrões do bom gosto, não poderá ouvir aqui nenhum dos temas indicados, ao contrário do que é habitual neste “blog” que faz da música uma das suas razões de existência.
Vamos pois a isso?
Nota: como é óbvio, para nos mantermos dentro dos padrões do bom gosto, não poderá ouvir aqui nenhum dos temas indicados, ao contrário do que é habitual neste “blog” que faz da música uma das suas razões de existência.
Vamos pois a isso?
- “Força, Força Companheiro Vasco”, “Daqui O Povo Não Arranca Pé”, “A Mim não Me Enganas Tu” – Carlos Alberto Moniz e Maria do Amparo
- “A Vitória É Difícil” e “Só De Punho Erguido” (há muitas mais; aliás, quase tudo o que de lá vem) – José Jorge Letria
- “Obrigado Soldadinho” e "O Povo em Marcha" – Tonicha
- “Só O Povo Unido”, “A Valsa da Burguesia” e “Vamos Brincar À Caridadezinha” – José Barata Moura
- “Fado de Alcoentre”, “Fado Do Operário Leal” e “Tango Económico” (são apenas um exemplo; há um saco cheio delas) – Fernando Tordo
- “Dulcineia” – Manuel Freire
Confesso que me parece como (mau) exemplo chegará e, lendo a lista, chego a ficar com medo o tal mau gosto também se contagie. Acrescente o leitor alguns, se quiser..."
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