O discurso de hoje de Cavaco Silva foi, de facto, a todos os títulos lamentável. Nesse aspecto, nada a acrescentar ao que já se disse. Mas temos de concluir foi coerente com o perfil pessoal e político do actual Presidente da República e sublinhou uma linha de continuidade assumida ao longo dos seus dois mandatos. Mas triste e revelador de menoridade política e de tacticismo inconsequente foi também verificar - e isto tem de ser dito - ter um partido com as responsabilidades do PS precisado de tantos anos (basicamente, desde a "conspiração das escutas") e de um sem número de atitudes de Cavaco Silva para perceber que este seria sempre um seu adversário político e que nunca poderia contar com o apoio ou neutralidade do actual Presidente para se manter ou chegar ao poder. Será que finalmente se convenceu ou é preciso fazer um desenho?
Já agora: o que falta para convencer o país a pôr cobro de vez a este disfuncional regime semi-presidencialista e a optar finalmente pela clareza e maioridade do parlamentarismo?
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