Claro que ninguém no seu perfeito juízo, nem mesmo o próprio Mário Soares, pode interpretar literalmente o que disse o ex-Presidente da República sobre o compromisso do PS com a "troika". O que Mário Soares quis com tal afirmação foi, aproveitando a eleição de François Hollande e as eleições na Grécia, isto é, sentindo o "momentum", empurrar um pouco mais para a esquerda, abrindo-o, o centro de gravidade de um debate político e ideológico que tem estado, nos últimos anos, demasiado aprisionado por uma versão europeia e tardia do neo-conservadorismo. Mais ainda: colocar de novo a política e a democracia na ordem do dia. Assim lido, digamos que faz todo o sentido.
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