quarta-feira, maio 04, 2011

Afinal sempre há mais vida para além do "déficit"

Lembram-se de Jorge Sampaio ter dito que havia mais vida para além do "déficit"? Muita gente o criticou e eu próprio, lembro-me, torci na altura um pouco o nariz à oportunidade de tal afirmação. Mas depois de ler o "memorando de entendimento" com o FMI/BCE/CE, que não deixando de colocar o acento tónico na correcção do "déficit" enuncia e impõe uma série de reformas estruturais necessárias para tornar o país mais competitivo e fomentar, a prazo, o crescimento económico, talvez perceba melhor o que o então Presidente da República pode ter querido dizer. É um documento inteligente que vale bem uma leitura.

6 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

É um documento que acima de tudo passa um atestado de incompetência e de "atrasados mentais" a quem nos conduziu a este estado. É lamentavel que tenham que ser entidades externas a dizer o que temos que fazer e como fazer, aquilo que há muito se sabe e para o qual muitos (esses sim inteligentes) alertaram.
Mas este povo não tem emenda...e tem o que merece.

Cumprimentos

JC disse...

É, de facto, um excelente documento. Por vezes, mesmo, a fazer lembrar um "business plan" de uma empresa. O problema sempre foi o de existir ou não força política para implementar algo do género. O 1º governo de Sócrates tentou, aqui e ali, mas depois foi-se a coragem política. Oposição e PR tb não ajudaram. Uma lástima.

Anónimo disse...

As partes relativas ao sector de saude (Health) e da justiça/tribunais (courts), por exemplo, são "arrepiantes", com um nivel de detalhe e objectividade impressionante. A parte "triste" é constatarmos que temos cá (se calhar alguns já se foram embora) gente com valor e capacidade para produzir estas análises.

JC disse...

De acordo consigo a 100%! Mas o problema é sempre o mesmo: só recorrendo a uma obrigação de cumprimento, sob ameaça, de ums instituição como o FMI ou a UE existe força política para implementar medidas deste tipo.

Karocha disse...

Pois JC!

Quem não se sabe governar, é governado.

JC disse...

Ora nem mais, como dizia um dos meua avôs.