Abomino gente que gosta de ostentar uma sua auto-atribuída superioridade moral, que, como costumo dizer, parece gostar de mostrar "urbi et orbi" carrega aos ombros o pesado fardo das virtudes do mundo. Normalmente, assumem para com este um certo distanciamento, uma atitude de pessimismo militante e "nojo" que lhes permite mostrar estão "limpos" dos pecados mundanos; mas, desse "pedestal" onde se colocam, não se coibindo de fazer ouvir as suas homilias, de lançar o seu anátema sobre os "pecadores" não raramente assumindo as suas opiniões quase forma e conteúdo de premonição bíblica com direito a castigo divino para os hereges e não-crentes.
Foi nisto que se transformou a SEDES - uma associação que há 40 anos assumiu um papel intelectual e socialmente importante e teve acção de algum relevo na queda da ditadura de Marcelo Caetano - sob a direcção "plano-inclinadista" de Campos e Cunha, Henrique Neto e Medina Carreira. Por mim, acreditem, tenho pena.
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