O que é curioso salientar ao efectuar uma primeira e necessariamente apressada leitura dos resultados eleitorais em Espanha, é a conclusão de que o PP apenas consegue um crescimento de 1.5pp (de 36 para 37.5%), apesar da participação eleitoral ter passado de 63.3 para 66.2%. É o PSOE que perde 7.5pp, mas para os pequenos partidos de esquerda, nacionalistas e votos brancos e nulos.
O que tal coisa parece confirmar é que, ao contrário do que acontece em Portugal, não existe quase nenhuma transferência de votos entre a esquerda e a direita; um centro político que ora vota mais à esquerda ora o faz mais direita, consoante as circunstâncias, dando a vitória a um ou outro dos maiores partidos.
Nada de demasiado estranho e que já não se soubesse: estamos ainda, de certa maneira e de modo adaptado aos dias de hoje, perante o velho e radical quadro político herdado dos tempos da Espanha da guerra civil, opondo uma aliança entre a esquerda republicana e as autonomias, por um lado, e a direita conservadora, centralista e católica, por outro.
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