Um primeiro olhar, ainda apenas de relance, sobre algumas das propostas do programa eleitoral do PSD (as que são já conhecidas) diz-nos o quê? Bom, com todas as cautelas inerentes a um conhecimento ainda insuficiente, diz-nos que as - digamos assim - mais emblemáticas, as de "encher o olho" (redução do nº de deputados, por exemplo, ou mudança da lei autárquica), não são exequíveis sem um acordo alargado ao PS, sabendo de antemão o partido que o não terá. Outras, como é o caso do TGV Lisboa-Madrid, implicam renegociações complexas, inclusivamente com o governo de Espanha e a UE que não me parece, independentemente de achar errada a proposta do PSD, possam algum dia vir a ser bem sucedidas.
E então? Assim sendo, para que serve, de facto, o seu anúncio? Bom, quer-me parecer que, piscando um pouco o olho ao populismo dos "fóruns de opinião" e das "caixas de comentários", tal se destina fundamentalmente a resolver, no curto prazo, o problema da descida do PSD nas últimas sondagens, recuperando o impulso vencedor que o partido exibia há algumas semanas. Quer dizer, muito mais do que um programa eleitoral, anunciando o que um eventual futuro governo do partido pretende fazer, estamos perante um documento que se destina apenas ao imediato, à resolução dos problemas eleitorais do partido. Aliás, é este, normalmente, o problema de todos os programas eleitorais dos partidos políticos, que assim se tornam em documentos para não levar muito a sério.
De qualquer modo, sendo esse o seu objectivo, corro o risco de dizer que, se abdicar ou puser na sombra algumas das medidas ultra-liberais já anunciadas e revelar algum bom-senso, até agora ausente, pode vir a recolher alguns resultados e a inverter a tendência de descida do PSD nas últimas sondagens. Veremos o que nos traz a apresentação oficial do programa e quão convincente será a resposta do PS, cujo discurso político, baseado na responsabilidade pela actual crise política e na defesa do Estado Social, me parece ter vindo a acusar, nos últimos dias, algum cansaço.
9 comentários:
Para a redução do número de deputados até 180 basta uma maioria absoluta.
Não exige revisão constituciuonal, mas não estou certo não exija maioria qualificada. Vou verificar logo tenha tempo. De qualquer modo, não me parece o PSD consiga maioria absoluta e o CDS é contra a redução.
Confirmo exige maioria qualificada (2/3). Aliás, acho não faria sentido outra coisa.
Um programa cheia de "tudo" pelo nos diz
“Nós vamos ser muito mais radicais no nosso programa do que a troika, vamos ser muito mais radicais.”
– Eduardo Catroga
Será que da afirmação de Eduardo Catroga se pode inferir que cada português vai ter direito a um skate, para usar sem capacete ?
Será que da afirmação de Eduardo Catroga se pode inferir que cada português vai ter direito a um skate, para usar sem capacete ?
Caro Anónimo da 1:24PM:
Essa não percebi... Se calhar, pq só consegui ouvir hoje a 1ª parte do "Fórum TSF", onde E. Catroga esteve. Esclareça-me, pf.
Caro JC
Tratou-se apenas de uma "joke" citando o comentário de ZeboneAparvalhado...
“Nós vamos ser muito mais radicais no nosso programa do que a troika, vamos ser muito mais radicais.”
– Eduardo Catroga
Não são os skates vocacionados para (desportos) radicais ?
Neste lógica será que EC tem subjacente a entrega de um skate a cada português, garantindo assim que "nós (psd) vamos ser muito mais radicais".
Espero ter contribuido para o esclarecimento.
Cumprimentos
Ah!, já percebi; não tinha relacionado c/ o comentário que cita!
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