Sejamos claros: não me parece existir em Portugal gente suficientemente conhecedora e qualificada nas áreas de política internacional e de geoestratégia para discutir com seriedade, rigor e profundidade os problemas do Egipto e das revoltas em alguns países árabes. Ou se existe está-se nas tintas para a televisão. O “Prós & Contras” de ontem foi disso prova evidente, e com excepção do general Loureiro dos Santos, que me pareceu minimamente competente e com alguma preocupação de rigor, muito pouco dali saiu. Joshua Ruah foi patético (Esther Mucznik não preencheria melhor a “quota” de Israel?), Miguel Portas lírico e Ângelo Correia palavroso e a gostar demasiado de si próprio - como sempre. E quando a “Drª Fátima”, que não a filha do profeta, decidiu dar a palavra a uns pandegos que estavam na plateia, o melhor teria sido mesmo fugir para a tal Praça do Cairo. É que me parece não basta ter vivido ou trabalhado no Egipto, ou até mesmo ser egípcio, para discutir o assunto
O problema é que não percebo a razão pela qual a RTP não dedicou o seu “P&C” de ontem ao 4 de Fevereiro e ao início da guerra colonial. Trata-se de algo que nos toca de perto e faz parte da nossa História recente, condicionou a vida de uma geração (em muitos casos destruiu) e do regime político, existem muitos estudos (alguns recentes), obras publicadas e documentação sobre o assunto, muitos dos actores e fautores estão ainda vivos, etc, etc. Ou será que o “serviço público de televisão” achou que com o excelente “A Guerra”, de Joaquim Furtado, teria feito a sua obrigação e o tema estava esgotado? Ou que ao tratar o tema do Egipto ia “dar uma de cosmopolitismo”? Uma tristeza...
É que cerca de hora e ½ antes, Mário Crespo (por vezes faz coisas bem feitas) tinha optado por uma pequena mas excelente e interessante entrevista a Carlos Matos Gomes (conheci-o na tropa, era eu alferes miliciano e ele capitão ou major dos comandos, não me lembro bem), autor de algumas obras de cariz histórico e outras de ficção (sob o pseudónimo da Carlos Vale Ferraz) sobre essa mesma guerra colonial. De pé (muito) atrás, fico agora à espera de Dezembro e do modo como a RTP assinalará a data da invasão do chamado “Estado Português da Índia”. "Que parvo que sou"...
O problema é que não percebo a razão pela qual a RTP não dedicou o seu “P&C” de ontem ao 4 de Fevereiro e ao início da guerra colonial. Trata-se de algo que nos toca de perto e faz parte da nossa História recente, condicionou a vida de uma geração (em muitos casos destruiu) e do regime político, existem muitos estudos (alguns recentes), obras publicadas e documentação sobre o assunto, muitos dos actores e fautores estão ainda vivos, etc, etc. Ou será que o “serviço público de televisão” achou que com o excelente “A Guerra”, de Joaquim Furtado, teria feito a sua obrigação e o tema estava esgotado? Ou que ao tratar o tema do Egipto ia “dar uma de cosmopolitismo”? Uma tristeza...
É que cerca de hora e ½ antes, Mário Crespo (por vezes faz coisas bem feitas) tinha optado por uma pequena mas excelente e interessante entrevista a Carlos Matos Gomes (conheci-o na tropa, era eu alferes miliciano e ele capitão ou major dos comandos, não me lembro bem), autor de algumas obras de cariz histórico e outras de ficção (sob o pseudónimo da Carlos Vale Ferraz) sobre essa mesma guerra colonial. De pé (muito) atrás, fico agora à espera de Dezembro e do modo como a RTP assinalará a data da invasão do chamado “Estado Português da Índia”. "Que parvo que sou"...
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