quinta-feira, fevereiro 03, 2011

FCP-SLB: o que JJ finalmente percebeu

Em minha opinião, o jogo de ontem representa uma viragem no SLB de Jorge Jesus. Porquê? O SLB vai passar, a partir de agora, a ganhar sempre e o FCP a perder, entrando na sua fase descendente e decadente? Nada disso: não acredito nessas teorias idiotas dos jornalistas da “bola”, até porque foi a partir dos 0-5 do campeonato que o meu clube começou a “acertar agulhas” e o FCP a escorregar, embora apenas aqui e ali. O que acho é que JJ, ao fim de ano e meio, percebeu finalmente que não pode jogar fora, contra equipas do mesmo patamar competitivo, como joga no Estádio da Luz contra a Naval ou o Rio Ave. E que a solução não é individual, mudando um jogador ou colocando-o a jogar numa outra posição mantendo tudo o resto mais ou menos imutável: a solução é colectiva, embora possa implicar a mudança a propósito de um ou outro jogador. Significa isto que, como foi ontem muito bem feito, há que recuar e juntar linhas, preencher melhor os espaços, tornar o meio-campo mais coeso, capaz de defender mais à frente e de pressionar mais alto, mas, simultâneamente, ser mais elástico e flexível para se tornar mais eficaz também nas transições defensivas. Ah!, e é preciso ser-se psicológica e mentalmente forte, algo que até aqui tinha sempre constituído um “handicap” (digamos que quase ter entrado a ganhar também ajudou). É preciso menos “nota artística” e mais suor e algum sangue, deixando as lágrimas para o adversário. Foi para isso que, na ausência de Amorim e Carlos Martins (curioso que os comentadores tenham sublinhado as ausências – importantes, sem dúvida – de Álvaro Pereira e Falcao e se tenham esquecido dos dois benfiquistas, que tão importantes teriam sido num jogo como o de ontem), jogou César Peixoto e não jogou Aimar. Não por causa de uma qualquer preocupação individual, mas porque era necessário corrigir alguns dos processos habituais de jogo, sem mudar os seus princípios básicos e mais elementares. Talvez a jogar assim a equipa não tivesse perdido em Gelsenkirchen e em Lyon e estivesse ainda a disputar a CL. Quem sabe?

4 comentários:

Anónimo disse...

Caro JC

Análise correcta, mas a que penso ser importante acrescentar que entretanto se deu a adaptação (e subida de forma) de Gaitan, Jara e Salvio (este deve ser mantido). Roberto tem vindo a melhorar. Saviola subiu de forma e até Sidnei voltou ao que fazia nos bons tempos iniciais.

Cumprimentos

lawrence disse...

No jogo dos 5-0, teríamos perdido embora por menos, caso o JJ não tivesse montado a equipa como montou.
Porque a equipa ainda não tinha o entrosamento que tem hoje.
O que poderia ter sido uma derrota tangencial transformou-se numa cabazada.
Não esquecer que JJ chegou ao topo há pouco tempo e ainda está a aprender a manter-se lá.

JC disse...

As dificuldades em jogos fora contra equipas do n/ campeonato já existiam no ano passado. Ver os casos de SCB, FCP e Liverpool. Por exemplo, em Anfield não foi só o David Luiz a defesa esqº, foi o devaneio de querer jogar de "igual para igual", no campo todo.

filhote disse...

Subscrevo!