segunda-feira, setembro 23, 2013

O "fim de semana" da bola: um outro olhar

Com erros grosseiros de arbitragem e "casos" fora do campo, foi o fim-de-semana  ideal para quem não gosta de futebol e do jogo e da indústria pouco ou nada percebe. Vai ser vê-los a discutir acaloradamente durante toda a semana, nos "Trios de Ataque" do costume, estabelecendo infelizes parâmetros para aquilo que se tornou em Portugal a discussão sobre o jogo, o espectáculo e a gestão dos clubes. E no entanto... No entanto, os jogos deste fim-se-semana deveriam ser pretexto para nos interrogarmos sobre uma série de assuntos bem mais importantes, a saber:
  1. Em que medida a personalidade de Jorge Jesus e o descontrole emocional que o seu comportamento revela se transmite à equipa tendo a sua quota-parte de responsabilidade em comportamentos como os de Luisão e Cardozo na época passada? De que modo a personalidade de Jorge Jesus limita a sua capacidade de liderança e os seus comportamentos, mesmo no "banco", durante os jogos, afectam o controle emocional da equipa quando o adversário arrasta o jogo para um toada de conflito, como já se tem verificado?
  2. Em que medida as vendas de jogadores-chave como Moutinho, James, Hulk, Falcao e Lizandro estão a ser devidamente colmatadas pelo FCP? Será que o recurso ao mercado nacional, onde tradicionalmente o FCP é bem sucedido e onde, nos últimos dez anos, recrutou jogadores como Helton, Varela, Fernando, Moutinho, Meireles, Deco, Paulo Ferreira, Maniche, Derlei, etc, se está ainda a revelar uma opção acertada com Licá, Carlos Eduardo e Josué? Será que a contratação de um treinador oriundo daquilo que poderemos chamar a área dos "self made men", em contraponto com a "área universitária" onde o FCP contratou, nos últimos anos, Mourinho, Jesualdo Ferreira, Villas-Boas e Vítor Pereira foi a opção mais lógica e acertada?
  3. Deve levar-se a sério uma imprensa que, em virtude de três ou quatro resultados positivos conseguidos com mérito mas com a "ajuda" de um calendário acessível e de um jogo em que as incidências (má forma do SLB, lesões acontecidas durante o jogo e julgamentos da arbitragem) favoreceram o SCP, promove de imediato, explicitamente ou nas entrelinhas, uma equipa cujo orçamento será cerca de 1/4 dos valores apresentados pelo FCP e, no mínimo, 1/3 do SLB em candidata ao título?
Ficam as perguntas...

3 comentários:

gin-tonic disse...

Sabe-se há muito, mas mais concretamente após a última época, que Jorge Jesus não tinha condições para continuar a treinar o Benfica.
Apenas o presidente não viu, ou não quis ver.
Tem agora nas mãos a possibilidade de resolver o problema.
Seja qual for a decisão das justiças, definitivamente JJ não pode continuar como treinador.Um descontrolo total, emocional e não só.
Impõe-se a rescisão amigável - a justa causa talvez tenha cabimento mas seria uma violência - e arranjar, nem que seja no cu de um tinhoso, um treinador. É difícil, eu sei, mas não impossível.

JC disse...

Não posso estar de acordo contigo. Estamos, no caso de Guimarães, perante um incidente conjuntural, quanto a mim, embora condenável, sem a gravidade que alguns "media" lhe querem atribuir, sabemos porquê. A justiça se pronunciará e só haveria lugar a rescisão de contrato se JJ ficasse impedido de treinar e dirigir a equipa durante um período longo. Tal não acontecerá: em termos de justiça civil, o máximo que poderá apanhar será um ou dois meses com pena suspensa e multa. Repito, o MÁXIMO. Na justiça desportiva umas poucas semanas de suspensão. Mais importante do que isso é o problema estrutural que revela - algum descontrolo emocional característico de JJ - mas esse era um dado já conhecido e que não pode levar agora o clube a decisões emocionais.
Abraço

Anónimo disse...

deixem lá estar o Jesus, sob pena de termos que levar com mais um Graeme Souness, Artur Jorge ou Camacho.