quinta-feira, setembro 19, 2013

Costinha e o F.C. Paços de Ferreira

O que está em causa nas sucessivas derrotas do F.C. Paços de Ferreira no início desta época não são a competência ou o profissionalismo (que desconheço) de Costinha enquanto treinador, simpatizemos ou não com o personagem, a venda dos seus principais jogadores nem sequer o facto do clube ter investido maioritariamente na melhoria das suas infraestruturas. O que me parece dever ser questionado é o corte, a ruptura que a contratação de Costinha representa com o perfil tradicional de treinadores do clube (Paulo Fonseca, Ulisses Morais, Rui Vitória, José Mota, Henrique Calisto), muito centrado em profissionais "low profile", com percursos anteriores por clubes de província e tendo sido mesmo alguns deles jogadores de segundo-plano com carreiras feitas nas divisões secundárias.No fundo, foi com este perfil de treinadores que o F.C. Paços de Ferreira conseguiu os seus melhores resultados e conquistar uma posição que lhe permitiu disputar este ano o "play-off" de acesso à fase de grupos da Champions League, podendo estar agora a enfrentar um simples caso de inadaptação mútua. Talvez por imposições externas (Jorge Mendes/FCP?), o clube parece estar agora a pagar o erro de ter rompido com esse bem sucedido modelo de gestão desportiva.   

5 comentários:

José Lima disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
José Lima disse...

É tudo o que refere, mas também o calendário terrivelmente difícil do início de temporada do Paços de Ferreira (mais golo sofrido, menos golo sofrido, apenas um treinador de génio conseguiria obter algo diferente daquilo que Costinha tem obtido).

Outrossim, é evidente que o Paços subiu depressa demais, tendo a sua chegada à Liga dos Campeões ( e até à Liga UEFA) sido fruto de uma conjugação de acasos que muito dificilmente se repetirão para este clube nos próximos tempos: primeiro, a excepcional temporada de 2012-2013 desenvolvida sob o comando de um treinador ambicioso como Paulo Fonseca; segundo, a temporadas atípica do Braga, liderado por um treinador medíocre e nada empático como José Peseiro e, sobretudo, a época desastrosa realizada pelo Sporting.

Aliás, arrisco-me até a dizer que o Paços de Ferreira, esta temporada, será um forte candidato à despromoção, fruto do desgate físico e psicológico que os embates da Liga dos Campeões/Liga UEFA necessariamente acabarão por provocar nos seus jogadores pouco ou nada habituados a estas andanças...

JC disse...

Direi que tem razão no que diz. Mas Costinha parece-me ser claramente um treinador que nada tem a ver com o conceito de gestão desportiva que levou o FCPF ao sucesso.
Cumprimentos

José Lima disse...

Sem prejuízo de tudo o que escrevi, também concordo com o seu juízo acerca de Costinha.

De resto, pareceu-me muito estranho que um clube qualificado para a Liga dos Campeões tivesse ido contratar um treinador que havia terminado a época de 2012-2013 com uma descida de divisão no Beira-mar...

JC disse...

Continua a ter razão. E tendo como adjunto alguém sem qualquer experiência (Maniche)e a quem não se vislumbram qualidades para ser um treinador razoavelmente sucedido.