Embora tal seja verdade, Pedro Passos Coelho, ao dizer que "a vida do governo não depende destas eleições", estando a precaver-se contra os resultados negativos que as últimas sondagens parecem querer indiciar, está também a fazer uma afirmação que se arrisca a contribuir para a desmobilização de uma boa parte do seu eleitorado, já de si pouco atraído por alguns dos candidatos apresentados pelo partido ou pela coligação em alguns dos principais concelhos das áreas metropolitanas de Lisboa e Porto. Poderia dizer o contrário, isto é, afirmar que uma derrota clara se arriscaria a provocar a demissão do governo? Claro que não; mas, em prol do seu próprio governo, e - pelos vistos - não tendo imaginação ou argumentos sólidos que lhe permitiam apelar ao voto, poderia pelo menos conseguir estar calado, coisa que o actual primeiro-ministro parece ter cada vez maior dificuldade em fazer. Autenticamente, esta foi uma actuação ao bom estilo "pé no balde e bolo na cara".
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