terça-feira, setembro 17, 2013

Duas notas sobre o Sporting Clube de Portugal

  1. A alguns dos meus amigos sportinguistas que me acusavam das piores malfeitorias e intenções as mais tenebrosas por ter afirmado que a frase mais certeira que tinha ouvido, no últimos tempos, a um responsável de um clube de futebol, tinha sido a proferida por José Eduardo Bettencourt quando disse (e cito de cor) "o SCP gasta de menos para ser campeão e demais para ser apenas terceiro", pergunto agora:" o que fez Bruno de Carvalho senão baixar o orçamento do clube para um nível compatível com os seus objectivos realistas, esperando, se tudo correr muito bem à equipa e muito mal aos seus adversários, possa aspirar, a prazo, a algo mais? Talvez, neste aspecto, seja tempo de deixarem de ter a memória curta e fazerem finalmente alguma justiça a JEB por, em meia dúzia de palavras, ter conseguido diagnosticar um problema-chave do clube e "alivanhar" um caminho futuro a percorrer.
  2. "Espero uma reacção hostil no Dragão". Esta foi a frase-chave da entrevista de ontem de Bruno de Carvalho à SportTV, pois parece querer significar que, finalmente, o SCP passa a ter uma estratégia autónoma, de rivalidade directa para com SLB e FCP, e deixa de a subordinar, ao contrário do que aconteceu em todo o século XXI, a terceiros. Quer isto dizer que o SCP passa a considerar SLB e FCP num plano de igualdade, deixando de considerar o SLB como "alvo prioritário a abater" e abdicando de se limitar ao aproveitamento de algum espaço deixado vago por eventuais distracções portistas para um título conseguido "aqui e ali". Para trás parecem ter também ficado as nada inteligentes e falhadas tentações dos últimos anos e, principalmente, da direcção de Godinho Lopes em se assumir como um "copycat" do SC Braga, ao estilo "me too, but bigger". Verdade seja dita que, após os fracassos das últimas quatro épocas, ditados fundamentalmente pela recuperação benfiquista, dificilmente restaria a Bruno de Carvalho um outro caminho. Mas sabendo de antemão não ter o SCP o "músculo financeiro" de SLB e FCP nem as condições internas e externas do SC Braga (apoio autárquico maciço, ausência de "pressão", etc), resta saber se as condições existentes, incluindo um "modelo de negócio" fundamentalmente baseado na "produção" da Academia, serão suficientes para alimentar a estratégia ou se não estamos apenas perante mais um acto de puro voluntarismo. Veremos.

Sem comentários: