É um verdadeiro disparate o PS e António José Seguro, enquanto principais partido e líder da oposição, estabelecerem uma percentagem, digamos que consideram aceitável, para o "déficit" das contas públicas, seja ela 5%, 10, 2, ou 0.0%. É claro que o Bloco de Esquerda - e João Semedo é um dos políticos mais experientes e há mais tempo em actividade no país - lhe respondeu a contento, perguntado como votaria o PS o Orçamento de Estado se o valor do "déficit" correspondesse aos tais 5%. Apetece-me acrescentar alguma coisa perguntado a António José Seguro como votaria o Orçamento se, apesar do "déficit" estabelecido poder ser até superior aos tais 5%, permitindo alguma folga significativa nas medidas de austeridade, incorporasse, mesmo assim, o corte "retroactivo" das pensões da CGA, a poupança conseguida com o fim da obrigatoriedade do inglês no 1º ciclo e outras medidas de teor semelhante.
Apetece-me dizer que não estamos apenas perante um mero exercício de contabilidade pública, e que o Orçamento de Estado é um documento político como tal devendo ser encarado e analisado. Por isso mesmo, é nesta óptica e na das opções políticas que propõe que o PS tem de o encarar e analisar, estabelecendo, neste campo, os seus limites e concessões possíveis e não se limitando a atirar números para o ar sem qualquer critério, ao mau estilo "leiloeiro". Como disse, um disparate; mas de Seguro já desisti de esperar muito melhor.
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