Como por aqui afirmei, não tenho qualquer simpatia pela "chico-espertice" da formação de um "pool" de autarcas profissionais "rodando" de autarquia em autarquia, sem qualquer ligação efectiva à mesma. Penso também ser desnecessário dizer que não acho politica nem democraticamente saudável a existência de autarcas e dirigentes políticos que se eternizam nos seus cargos ou que, quase à boa maneira cubana ou coreana, acabem por designar, de facto, os seus sucessores, com todo o rol de perversidades que daí necessariamente resulta. Mas tendo disto isto, convém lembrar que qualquer efectiva limitação de mandatos por via legal e/ou administrativa contém também em si uma espécie de tutela sobre a democracia que, se podemos aceitar traz consigo algumas virtudes, significa também um atestado de menoridade passado aos cidadãos-eleitores e uma limitação de facto dos seus direitos democráticos. Que fazer, então? Penso que cabe aqui uma a palavra decisiva aos cidadãos, quer apresentando listas alternativas (o que não tem apenas virtudes; mas isso é tema para um outro "post") quer, ao exercerem o seu direito de voto, escolhendo, entre listas independentes ou partidárias, quem esteja e se mantenha fora desta lógica perversa de "jurassismo" autárquico ou "circo ambulante" de candidatos. Só deste modo demonstrarão os eleitores a sua maioridade política e poderão assim exercer uma crítica efectiva e consequente a este "estado de coisas".
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