quarta-feira, março 12, 2008

O governo e o seu "balanço"

Eu, que tenho esta espécie de vocação suicida para a tecnocracia e para pensar que sou o centro do mundo, uma atracção demencial pela ingenuidade, esperava que, aproveitando a efeméride (3 anos sempre são 3 anos, diria o tal senhor francês), o governo nos presenteasse com um balanço credível da sua actividade, o que foi feito e o que falta fazer, o melhor e o menos bem sucedido, os planos para o que resta da legislatura, enfim, uma espécie de análise SWOT à escala do governo do país, tanto mais necessária quanto o governo chega a este ponto do seu mandato enfrentando problemas vários, com as suas forças e fraquezas, mas, principalmente, com mais ameaças no horizonte do que oportunidades radiosas que se perfilem.

Bom, mas não. O governo, tendo como inspiração qualquer método do tipo “o que não fazer em caso algum nestas circunstâncias se quiser ter sucesso, sobreviver e chegar a velho”, decidiu assumir uma atitude à Luís Filipe Vieira (género “somos o melhor clube do mundo” e “nosso inimigo é quem o contrário disser”) e, pesporrantemente, tratou de deitar cá para fora umas afirmações de um provincianismo bacoco, que dariam para rir se a nossa formação cristã (mesmo eu que sou agnóstico) isso nos permitisse perante manifestações de tal demência.

Pergunta: terão reunido em Rilhafoles e acham-se "o máximo" ou, mais benignamente, querem mesmo atirar-nos para o laboratório do Dr. Frankenstein (desculpem, Menezes) e das suas criaturas?

1 comentário:

VdeAlmeida disse...

Pior cego é aquele que não quer ver!