Perfeitamente sintomática da atitude meramente defensiva a que o governo - a meu ver, mal - se remeteu, no caso das reformas do sector da educação, foi a reacção da ministra negando, avant la lettre, que a crítica pública dos agentes à política definida para o sector fosse considerada como mais um parâmetro, entre muitos outros, para a avaliação de desempenho dos professores. Claro que a crítica pública, permanente e sistemática de uma estratégia e políticas superiormente definidas, quer pelo ministério da tutela quer por um qualquer conselho de administração, seja no sector público ou em qualquer empresa privada, não poderá deixar de ter interferência directa no bom desempenho e no ambiente de trabalho criado na empresa ou instituição, e na execução dessas mesmas políticas, pelo que me parece perfeitamente adequado que, com um determinado peso específico, a mesma seja incluída nos critérios de avaliação. Aliás, é isso que se passa nas organizações que se consideram, pelas suas boas práticas, como referência nos respectivos sectores. Será pois talvez tempo de os professores e outros servidores do estado serem colocados perante a evidência das organizações onde trabalham não deverem ser palco privilegiado de luta política, fora do âmbito legal e constitucionalmente definido para o trabalho das organizações sindicais e de trabalhadores, e que os comportamentos assumidos tem a sua face, mas também o reverso respectivo. O problema que fragiliza esta posição é que, muitas vezes, o exemplo vem de onde nunca deveria...
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