Continuo a achar patético o constante apelo de dirigentes do PS ao Presidente da República para que este assuma um papel interventor mais activo na actual situação política - para fazer o quê, não se percebe lá muito bem. Um Presidente da República que, note-se, conspirou abertamente contra o partido, teve responsabilidades relevantes na demissão de José Sócrates e na eleição da actual maioria e, para além de palavras de circunstância, nunca se demarcou consistentemente nem da política do actual governo nem sequer das ofensas à democracia protagonizadas por Alberto João Jardim. Hoje cabe a vez a Francisco Assis, no "Público", personalidade pela qual, aliás, não nutro qualquer empatia e que como político não me parece ultrapasse uma confrangedora mediania (a política é bem mais do que enfrentar os arruaceiros de Fátima Felgueiras).
Para lá de questões de dignidade (sim, eu sei que a moral pouco ou nada tem a ver com a política, mas também aí me parece existirem alguns limites que convém não ultrapassar), a imagem de fragilidade e impotência que o partido transmite aos cidadãos e eleitores é a todos os título confrangedora, o que, aliás, e numa conjuntura extremamente favorável, se reflecte na incapacidade para cavar um fosso em relação ao PSD nas intenções de voto dos portugueses. Em vez de tais apelos patéticos, seria bem melhor a direcção do PS tratasse de demonstrar aos portugueses poder constituir-se como alternativa credível ao actual "estado de coisas". Estou certo o país lhe agradeceria.
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